Comissão contra abuso de menores sobrestimou número de crianças em casas religiosas na Irlanda

Ilustração Christian Seebauer/Wikimedia Commons
Mais de dez anos depois do primeiro estudo, a Comissão de Inquérito sobre o Abuso de Crianças na Irlanda diz que o número de crianças que viviam em instituições religiosas eram aproximadamente 42 mil, cerca de um quarto das 170 mil citados no relatório inicial do juiz Sean Ryan.
De acordo com um comunicado publicado no passado dia 25 e citado pelo Crux, a comissão, instituída pelo governo irlandês para averiguar os casos de abuso sexual, admitiu ter sobrestimado o número de crianças que viviam naquelas casas. O organismo descreveu a extensão dos abusos em instituições supervisionadas pelo Estado, mas geridas por 18 congregações religiosas. Os abusos físicos eram comuns e o abuso sexual era endémico em muitas das instituições de crianças do sexo masculino, dirigidas por membros de congregações religiosas. Mais de 1,5 mil milhões de euros já foram pagos como compensação às pessoas que sofreram abusos naquelas instituições.
Num comentário publicado na página da comissão, Sean Ryan diz que “o relatório da comissão publicado em 2009 continha estatísticas extremamente erradas de acordo com o consenso geral de especialistas e intervenientes”. Depois de ter consultado vários investigadores, Ryan admite que “o número apresentado no relatório não está correto.” “Parece que o total verificado no relatório foi obtido a partir da soma dos números anuais para a população nas instituições, mas isso não levou em conta o facto de que as crianças eram contadas em cada ano de detenção”, afirma Ryan, citado pela mesma fonte.
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