
O cardeal John Dew, numa foto da sua página de Facebook.
Mais de um milhar de neozelandeses apresentaram 1.680 denúncias de abusos contra padres, freiras, frades e leigos. As queixas referem-se ao período entre 1950 e os dias de hoje e os queixosos nomearam de modo explícito 592 abusadores, refere o relatório do grupo de trabalhoTe Rōpū Tautoko entregue esta terça-feira, dia 1 de fevereiro, à Conferência dos Bispos Católicos da Nova Zelândia (CBCNZ).
A informação pode ser lida no sítio oficial da CBCNZ e avança que “quase metade dos abusos relatados envolveu danos sexuais. As décadas de 1960 e 1970 foram as décadas com mais abusos relatados, sendo 75% datados antes de 1990”.
O grupo de peritos Te Rōpū Tautoko foi nomeado pela CBCNZ para investigar os casos de abusos no âmbito religioso e para coordenar o relacionamento entre a Igreja Católica e a comissão governamental, criada em 2018, para investigar os abusos sexuais ocorridos no país nas últimas décadas. Os resultados da investigação agora tornada pública foram fornecidos à comissão governamental. A definição de abuso utilizada pelo Te Rōpū Tautoko é a instituída pela comissão do Governo e inclui “relatos de abuso sexual, físico, emocional, psicológico e de negligência”.
O cardeal John Dew, presidente da CBCNZ, declarou que estas estatísticas eram “horríveis” e constituíam “algo de que [a Igreja se envergonha] profundamente”.
Das 1.680 denúncias validadas, 1.350 envolviam crianças, 164 adultos e 167 pessoas com idade que a investigação não conseguiu determinar. Quase metade das queixas dizem respeito a relatos de abuso sexual contra uma criança. Do total, 687 dizem respeito a estabelecimentos de ensino, 425 a acolhimento residencial, 228 a freguesias e 122 a outras localidades. Outros 219 tiveram lugar em locais não identificados.