
Sinagoga do Porto: alguns líderes da comunidade estão a ser investigados pelas autoridades. Foto © António Marujo.
A Comunidade Israelita do Porto (CIP) recomenda habitualmente escritórios de advogados para tratarem dos processos de nacionalidade de descendentes de judeus sefarditas com os quais tem ou teve ligações próximas, de acordo com os dados recolhidos por uma investigação do Público (artigo exclusivo para assinantes).
Dara Jeffries, vice-presidente da Comunidade Israelita do Porto, foi sócia de uma das duas sociedades de advogados que a entidade costuma indicar aos candidatos à naturalização portuguesa. Francisco de Almeida Garrett, figura proeminente deste organismo, é parente de uma advogada da outra sociedade (Isabel de Almeida Garrett).
Ao contrário da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL), que começou por recomendar uma lista alargada de escritórios de advogados aos candidatos à naturalização, decidindo depois não indicar nenhum por questões éticas, a CIP trabalhava preferencialmente com a MJT e a YBOM&A.
Em março deste ano, o rabi da CIP, Daniel Litvak, tinha já sido detido pela Polícia Judiciária do Porto, por suspeitas de tráfico de influências, corrupção ativa, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, entre outros crimes, tendo ficado sujeito a termo de identidade e residência.
Na semana passada, a Polícia Judiciária realizou buscas nas instalações da Comunidade Israelita do Porto. A informação foi avançada pela CNN e confirmada pelo Expresso.
(Dia 25/7, às 15h, foi substituída a foto anteriormente publicada)