
Os próprios elementos da equipa do Conselho Mundial de Igrejas que se encontram a acompanhar as comunidades locais têm sido vítimas de assédio. Foto © Albin Hillert/CMI.
No período de 28 de junho a 9 de setembro, 57% das violações de direitos humanos registadas pela equipa do Programa de Acompanhamento Ecuménico do Conselho Mundial de Igrejas na Palestina e em Israel (CMI-EAPPI) foram contra palestinianos na Cisjordânia e em Jerusalém. Os dados relativos aos dois períodos anteriores eram de 50% e 48%, o que revela um crescimento preocupante, mas não surpreendente.
“Não é surpresa nenhuma que, sob o atual governo israelita, os incidentes de violações dos direitos humanos estejam a aumentar na Cisjordânia e em Jerusalém”, afirma Yusef Daher, coordenador interino do programa local do CMI-EAPPI, citado num comunicado daquela organização, divulgado esta sexta-feira, 22 de setembro. Daher sublinha que os próprios elementos da equipa no terreno – cujo objetivo é ser uma presença internacional no país, acompanhando e protegendo as comunidades locais – têm sido vítimas de assédio.
Os “acompanhadores ecuménicos” – assim são chamadas as 25 a 30 pessoas que prestam este serviço durante um período de três meses – documentaram inúmeros incidentes neste último período. Um deles, relatado no comunicado, aconteceu a 29 de agosto, quando um colono parou o seu carro no meio da estrada perto de Tuqua, Belém, e tentou empurrar uma criança palestiniana de oito anos para dentro do mesmo. Alguns acompanhadores e moradores locais acorreram a salvar a criança e levaram-na para um lugar seguro.
“Devido ao aumento da violência, as pessoas na Palestina e em Israel precisam de nós aqui, a EAPPI está a tornar-se cada vez mais relevante”, lamenta Yusef Daher.