General escolhido por Macron

Coordenador da reconstrução de Notre Dame morreu a caminhar nos Pirinéus

| 19 Ago 2023

A catedral de Notre Dame antes do grande incêndio que obrigou à reconstrução liderada por Jean-Louis Georgelin. Foto © Ali Sabbagh / Wikimedia Commons

A catedral de Notre Dame antes do grande incêndio que obrigou à reconstrução liderada por Jean-Louis Georgelin. Foto © Ali Sabbagh / Wikimedia Commons

 

“Avançar sem procrastinar” era o lema de vida do general Jean-Louis Georgelin, coordenador geral do programa de reconstrução da catedral de Notre Dame, cuja morte por acidente deixou este sábado a França e a Igreja Católica em estado de comoção.

Segundo as informações disponíveis, o general, de 74 anos, lançou-se sozinho numa caminhada na última sexta-feira, 18, numa zona demarcada nos Pirenéus, mas um vigilante que controlava as entradas deu conta que um dos caminheiros não tinha regressado, alertando a proteção civil. Uma brigada de polícia de montanha foi até à zona e acabou por encontrar o cadáver de um homem que se veio a verificar ser o de Georgelin.

Neste sábado, ao fim do dia, o Ministério Público francês, citado pelo Le Monde, anunciou as conclusões preliminares apuradas sobre as causas da morte: “As investigações estabeleceram que a sua morte foi o resultado de uma grande queda durante a descida, por volta das 20 horas, numa secção rochosa particularmente íngreme”.

Mal a notícia da morte se difundiu, uma verdadeira chuva de mensagens de pesar surgiram de diferentes áreas.  Todas falam de “coragem, tenacidade e talento”, caraterísticas escolhidas num título do jornal La Croix.

O presidente francês, Emanuel Macron sublinhou, na rede social X (ex-Twitter), que, com a morte do general Jean-Louis Georgelin, a nação perde um dos seus grandes soldados, a França um dos seus grandes servidores, e Notre-Dame o gestor de projeto do seu renascimento”.

Por sua vez, o presidente da Conferência dos Bispos de França, o bispo Éric de Moulins-Beaufort, manifestou, em comunicado, gratidão pelo trabalho realizado pelo general, notando que ele vivia “encantado” com a reconstrução da catedral, que se tornou o seu “projeto de vida”.  “Dedicou a sua energia, as suas competências, a sua autoridade e a sua cultura ao projeto. Graças a ele, será possível cumprir o prazo de cinco anos. Tinha consciência de estar a trabalhar para a história e para a humanidade, e estava feliz, como homem e como cristão, por contribuir para tornar esta catedral novamente acessível à oração e à celebração para benefício de todos”, afirmou o responsável eclesiástico, em nome do episcopado.

Sobre a sua condição de católico, Gergelin era discreto, porque, dizia, em entrevista recente, que a reconstrução de Notre-Dame diz respeito a todos os franceses e não apenas aos católicos. Mas sabe-se que integrava a Academia Católica de França e era oblato de um convento beneditino.

O general Georgelin, que foi chefe do Estado Maior das Forças Armadas de 2006 a 2010, foi incumbido pelo presidente francês de superintender e dirigir os trabalhos de reconstrução da catedral mais conhecida de Paris e uma das mais emblemáticas do mundo, depois de um incêndio que parcialmente a destruiu em 15 de abril de 2019.

Foi estabelecido um prazo de cinco anos para que os parisienses, os franceses e milhões de pessoas de todo o mundo possam voltar a celebrar e a visitar aquele monumento. Tudo indica que esse prazo será cumprido, graças, em grande medida, à determinação deste militar. Como dizia este sábado Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris, “ele soube criar as condições humanas e de organização para levar a bom porto” a tarefa que lhe foi confiada.

O coordenador mor, que a cada seis meses prestava contas ao Senado do evoluir dos trabalhos de reconstrução, não verá a instalação do pináculo da catedral, prevista até ao fim deste ano, em parte ensaiada já em julho passado. Menos ainda poderá entregar a obra completa, na cerimónia inaugural prevista para 8 de dezembro de 2024. Mas pôde levar o processo a um ponto em que já se vê ao longe a meta. Morreu como viveu: a caminhar, a avançar. Ele ficou pelo caminho. A obra continua, carregada, agora, da memória e testemunho da sua alma-mater. Assim é a vida. Mesmo na morte. “Avançar sem procrastinar”.

 

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