
Cristina Tavares, funcionária da Corticeira Fernando Couto Cortiças, que a despediu duas vezes e foi obrigada pelos tribunais a readmiti-la. Foto: Direitos reservados
A corticeira Fernando Couto foi condenada pelo Tribunal da Feira a pagar uma coima de cerca de 11 mil euros por ter despedido a operária Cristina Tavares, após esta ter denunciado ter sido vítima de assédio moral, noticiou a Lusa, citada pelo jornal digital Observador.
Datada de sexta, 24, a Lusa teve acesso à sentença na terça-feira passada, dia 28. De acordo com o texto, o Tribunal deu como provado que a empresa “promoveu o despedimento com justa causa de Cristina Tavares, em 10 de Janeiro de 2019, após a mesma ter invocado os seus direitos e garantias, bem como o exercício de direitos relativos a assédio moral”.
Durante o julgamento, a inspetora da ACT que acompanhou o caso considerou que o segundo despedimento de Cristina Tavares foi uma “retaliação” por parte da empresa corticeira pelas denúncias de assédio moral feitas pela trabalhadora.
“Isto foi um mecanismo que a empresa encontrou para de certa forma reagir a todos estes procedimentos que fomos [ACT] realizando”, disse.
Cristina Tavares, que também prestou declarações em Tribunal, disse que nunca quis difamar a empresa e assegurou que não foi ela que tornou os factos públicos.
“Nunca pensei que ia dar nisto. Estava apenas a tentar recuperar o meu posto de trabalho (…) Eu dei-me sempre bem com os patrões e é por isto que me sinto injustiçada, porque eu dei tudo por aquela empresa”, afirmou.