
Manifestação pela defesa do planeta em Glasgow, Escócia, a 6 de novembro de 2021, enquanto decorria a COP 26, onde participaram milhares de pessoas, incluindo representantes religiosos. Foto © Albin Hillert/Life on Earth Pictures.
Nas vésperas do Dia da Terra, que se assinala este sábado, 22 de abril, 31 instituições religiosas dos EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá, Itália e França anunciaram um desinvestimento global nos combustíveis fósseis, assegurando que os seus ativos ficarão a partir de agora “fora das mãos das empresas que os exploram”.
A iniciativa é liderada pelo Conselho Mundial de Igrejas (que reúne 352 igrejas ortodoxas, protestantes e anglicanas, representando mais de 580 milhões de cristãos em 120 países), o Movimento Laudato Si’ (iniciativa católica global pelo clima), os Anglicanos Verdes (rede ambiental da Igreja Anglicana da África Austral), a Operation Noah (ONG cristã ecuménica baseada no Reino Unido), o Dayenu (movimento judaico de luta contra a crise climática, com sede nos Estados Unidos) e a GreenFaith (movimento inter-religioso pela justiça climática, também sediado nos EUA).
O país que regista, até ao momento, uma maior adesão à iniciativa é o Reino Unido, onde “mais de metade de todas as dioceses da Igreja de Inglaterra assumiram um compromisso de desinvestimento”, incluindo a diocese de Londres – sede do maior centro financeiro da Europa – e a Catedral de Cantuária, igreja-mãe da Comunhão Anglicana.
O Movimento Laudato Si’ assinala que, apesar de o Vaticano apelar regularmente ao desinvestimento nos combustíveis fósseis, este tem sido sobretudo um “movimento popular” liderado por ativistas que se preocupam com “o dano que as empresas de combustíveis fósseis estão a causar e questionam se é moralmente aceitável que grupos religiosos financiem uma indústria que provoca danos extraordinários às pessoas e ao planeta”. Até agora, apenas nove conferências episcopais em todo o mundo assumiram algum tipo de compromisso ou recomendação de desinvestimento.