
O corpo de Bento XVI foi colocado na nave central da Basílica de São Pedro, em frente ao chamado altar da confissão. Foto © Vatican Media.
Ainda não eram seis da manhã desta segunda-feira, 2 de janeiro, e já os fiéis faziam fila em frente à basílica de São Pedro para prestar a sua última homenagem a Bento XVI. O corpo do Papa emérito chegou pouco depois das sete e vai permanecer em exposição até quarta-feira. Só durante a manhã deste primeiro dia de velório, mais de 40 mil pessoas fizeram questão de passar por ali. Para quinta-feira, dia 5, pelas 9h30 (8h30 de Lisboa), está marcado o funeral “solene, mas sóbrio” pedido por Bento XVI, que será celebrado por Francisco.
As portas da basílica foram abertas ao público pouco depois das nove, e desde aí até às 19 horas sucederam-se amigos, ex-colaboradores, políticos, estudantes, religiosas e religiosos, famílias inteiras, jovens e idosos, turistas. Sergio Mattarella, o Presidente italiano, e Giorgia Meloni, presidente do Conselho de Ministros, estiveram entre os primeiros a prestar a sua homenagem. O período de abertura ao público aumentará esta terça e quarta-feiras, dias em que será possível dizer um último adeus a Ratzinger entre as sete e as 19 horas (seis e 18h de Lisboa).
O corpo de Bento XVI, que morreu no passado sábado, 31 de dezembro, aos 95 anos, foi colocado na nave central da Basílica de São Pedro, em frente ao chamado altar da confissão, e ao lado do famoso dossel de Bernini.
Na quinta-feira, o Papa emérito será sepultado no local que acolheu o túmulo de São João XXIII, durante 38 anos (de junho de 1963 a janeiro de 2001) e, depois, o de São João Paulo II (de 2005 a 2011), cujos corpos foram trasladados, após as respetivas canonizações, para capelas laterais da Basílica. Cumprir-se-á, assim, o desejo que Bento XVI deixou escrito, confirmou o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, esta segunda-feira.
Tal como João Paulo II, Bento XVI terá uma simples lápide de mármore branco com a inscrição dos anos do seu pontificado (2005-2013) em latim.
O porta-voz do Vaticano confirmou igualmente que as únicas delegações oficialmente presentes no funeral serão as de Itália e da Alemanha, país natal de Joseph Ratzinger, embora não se saiba ainda quem as comporá.
Os restantes participantes nas exéquias – explicou Bruni – estarão presentes a título pessoal e voluntário, já que não há convites por parte do Vaticano, porque Bento XVI deixou de ser líder da Igreja Católica e do Estado do Vaticano ao renunciar em fevereiro de 2013. Será o caso do Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, de acordo com a Renascença, mas também do rei Philippe da Bélgica, ou do Presidente polaco, Andrzej Duda, avança o La Croix.
Estão ainda por definir alguns pormenores da liturgia do funeral, por não se tratar das exéquias de um Papa em exercício, nomeadamente se o corpo do Papa será sepultado em três urnas: uma de cipreste forrada de veludo carmim, encaixada noutra de chumbo com quatro milímetros de espessura, por sua vez encaixada noutra de madeira de ulmeiro.
Bruni também não esclareceu se serão proclamados os nove dias de ritos fúnebres, ou seja, o período de luto oficial habitualmente decretado na Igreja Católica quando morre o seu líder.