Diários de quarentena (44): O mundo pelos meus olhos; e “saudade” de música para dançar
Deus a olhar o mundo pelos meus olhos

Foto © Ir. Maria do Carmo Tovar, OSB (Roriz)
Da minha janela vejo a água que da bica, cai no tanque, provocando um constante e suave expandir de pequenas ondas concêntricas…
Nesta época em que todos os pensamentos (pelo menos os meus!) têm um plano de fundo “covidico”, este cenário de beleza fez-me pensar na expansão da pandemia e como podemos ser propagadores de doenças que se vão alastrando… irresponsabilidades, cuidados ou falta deles, sem pensar, sem se ralar com os outros!
Mas o meu pensamento saltou-me para outros vírus, e a influência que aquilo que dizemos, falamos, ou somos, tem sobre quem nos rodeia.
Se sou uma terrível pessimista, mexeriqueira, ou “simplesmente” do contra, sempre maldisposta? À minha volta, mesmo sem eu me dar conta, vai-se alastrando o mau ambiente, ou ainda pior, uma ideia de que tudo está mal, que todo o resto do mundo tem culpa de tudo, e que nada poderá mudar senão para pior – já sei, já conheço, não há nada a fazer.
Começo a sentir-me cada vez pior, e mais afastada dos outros, até porque a paciência tem limites, e ninguém está para aturar quem está sempre contra tudo e contra todos, e para quem nada está bem…
Mas se tento ver a beleza através da dor? Os gestos, talvez pequenos, mas feitos com amor? Se me sinto grata pelas pequeninas coisas de cada dia? Se vou pedindo todos os dias a Deus que converta a maneira como olho para quem está ao meu lado e para as circunstâncias da vida? Então à minha volta propaga-se a paz e a luz! A dor não diminui, mas vejo para além dela, posso ajudar quem está ao meu lado com um sorriso, uma palavra gentil… e o amor vai-se propagando em círculos de luz!
Peço a Deus: que hoje, pelo menos hoje, os meus olhos vão descortinando a beleza e o amor que Ele põe em tudo e em todos… ofereço-Lhe os olhos do meu coração para Ele olhar o mundo, porque assim vou-me esquecer dos meus pessimismos e das minhas palermices, pois a Sua Luz vai-se habituando a fazer casa no meu coração… e de lá jorrará como água límpida e luminosa num constante e suave expandir de pequenas ondas concêntricas…
Roriz 22/4/2020
Maria do Carmo Tovar, OSB (religiosa da Ordem de São Bento)
Saudade de uma música para dançar
Este é um vídeo em que faço aquilo que mais gosto, estando ou não em quarentena. Tal como diz a música, a saudade é um dos sentimentos mais presentes nestes tempos de quarentena para mim. Foi exatamente por essa razão que escolhi esta música para dançar.
Margarida Pinguicha, aluna do 11º ano de Educação Moral e Religiosa Católica, no Agrupamento de Escolas José Estêvão (Aveiro)
Em fundo, a canção Saudade, de Murta
Quando abro a minha mente e te digo tudo o que sinto
A verdade é que até tento mas sabes que nunca minto
Esta mente e o coração em união por nós dois
Uma pura ligação que nos faz viver depois
E eu vivo cada dia com um sorriso que é teu
Resultado da magia desse teu amor que é só meu
Um amor que a distância insiste em separar
Dois corpos afastados com tendência a se juntar
Não vou tentar esquecer-me de nós
Por isso vá
Leva me pra longe
Para o pé de ti
Pode não ser hoje
Mas quero voltar a sentir
Aquele calor de te ver sorrir
Poder dar-te o meu amor
E não te deixar cair
Deixar cair
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