
Foi na igreja de Sta Mª Madalena, Międzybrodzie Bialskie, Polónia, que alegadamente sucederam os abusos referidos. Foto © Petrus Silesius- Wikimedia Commons
A diocese polaca de Bielsko-Zywiec, no sul do país, solicitou ao tribunal que determine se um homem, vítima de abuso sexual quando era criança por um padre católico, é homossexual e se o contacto sexual lhe deu prazer.
Janusz Szymik, agora com 48 anos, era criança quando os abusos começaram na década de 1980. A vítima apresentou queixa contra a diocese de Bielsko-Zywiec em 2021, pedindo indemnização à diocese de três milhões de zlotys (cerca de 660 mil euros), noticiou o National Catholic Reporter, citando o portal Onet.
O padre, identificado como Jan W., já admitiu o abuso.
O advogado da diocese apresentou entretanto em tribunal um pedido para que seja verificada “a orientação sexual do queixoso”, determinando se este “mostrou satisfação em manter um relacionamento íntimo com Jan W. ou se resultou em qualquer beneficio material da relação sexual com o padre”.
Szymik manifestou a sua surpresa com esta mudança, recordando que o bispo Roman Pindel de Bielsko-Zywiec já tinha demonstrado compaixão para com o seu caso.
Este caso ocorre num momento em que o Papa Francisco procura limpar a Igreja Católica na Polónia, também ela envolvida em escândalos de abusos sexuais de menores e encobrimento de casos.
A Igreja Católica, recorda o NCR, foi durante muito tempo a mais alta autoridade moral da Polónia, desempenhando um papel inspirador durante a ocupação e domínio estrangeiro e apoiando o movimento democrático anticomunista na década de 1980. Os recentes casos de abuso têm prejudicado a sua credibilidade, afectando mesmo a imagem do católico polaco mais famoso, o Papa João Paulo II, cujo legado tem sido posto em causa pelo relativo fracasso no combate aos abusos, quando era Papa.