
A CNJP propõe “promover e testar modelos de organização e gestão escolar mais flexíveis, mais orgânicos, que respeitem a individualidade e a autonomia de professores e alunos”. Foto © Arthur Krijgsman / Pexels.
“Não há tempo a perder”, alerta a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) numa nota divulgada esta segunda-feira, 22 de maio. “É preciso revalorizar ‘exteriormente’ e socialmente” os professores e “repensar seriamente modelos de escola e formatos didáticos e pedagógicos”, defende o organismo de leigos católicos ligado à Conferência Episcopal Portuguesa.
A cerca de um mês do final de mais um ano letivo, o qual ficou “muito marcado pelas greves dos professores”, a CNJP apela a que sejam tomadas medidas concretas, para evitar que “a fascinante carreira docente se transforme numa sucessão de tarefas burocráticas e pouco claras”, face a “contextos de sala de aula cada vez mais complexos e desafiantes”.
“Esta é uma classe profissional cuja dignidade e importância têm sido esquecidas, ou até desprezadas, nas últimas décadas. Importa agora reverter este esquecimento”, refere o documento, enviado ao 7MARGENS.
Entre as medidas a tomar, a Comissão sugere, no curto prazo, “dar respostas positivas às exigências atuais dos professores e criar um quadro de responsabilidades”.
Já no longo prazo, o organismo propõe “promover e testar modelos de organização e gestão escolar mais flexíveis, mais orgânicos, que respeitem a individualidade e a autonomia de professores e alunos. Modelos que tornem a vida dos professores mais interessante, vibrante e realizada. Espaços mais cativantes para o desenvolvimento pessoal e académico dos alunos, onde estes possam crescer no compromisso com o bem comum e no cuidado do outro”.
Recordando que “não há educação sem professores” e que “o futuro de um país depende do que for hoje a educação”, a CNPJ propõe ainda que, “no quadro de uma efetiva autonomia e responsabilização escolar”, sejam introduzidas “pequenas reformas, adaptadas a cada realidade escolar, sempre objeto de avaliação, evitando o experimentalismo gratuito”.