
Cartaz em Sintra, durante a priemiar quarentena, em Março de 2020: a Fundação pede um esforço coletivo agora, deixando acusações ou atos de contrição para depois. Foto © Fernando Sousa.
Face à situação gravíssima de disseminação da infeção por covid-19 é agora mais do que nunca necessária “uma resposta concertada das forças e poderes políticos, da comunidade científica, da comunicação social, dos profissionais de saúde e de toda a população”.
Intitulada “Apelo por todos e pelo SNS – A força da unidade para superar a ameaça pandémica”, esta tomada de posição chega da Fundação para a Saúde/Serviço Nacional de Saúde (FSNS) e vem assinada pelo presidente e ex-presidentes da Fundação e por membros e colaboradores do seu conselho de administração.
“Este não é o momento para lutas políticas, acusações ou atos de contrição. Virá um tempo para isso. Agora é tempo de agir. Todos temos um papel a desempenhar”, alerta a FSNS.
Os subscritores pedem a cada português que cumpra à risca as orientações divulgadas pela Direção Geral de Saúde e incentive todos à sua volta a seguirem também à risca essas normas, para “evitar o sofrimento de pessoas e a perda de vidas”. “A todos cabe evitar que o aumento descontrolado de pessoas infetadas leve o SNS e o sistema de saúde a um colapso que colocará em perigo de vida milhares de pessoas com covid-19 e com muitas outras doenças e acidentados, que não poderão ser tratados”, acentua ainda o comunicado.
A FSNS deixa ainda conselhos a agentes sociais específicos. Assim, aos atores e aos poderes políticos apela a que “utilizem ao máximo as aprendizagens destes meses de experiência nacional e mundial” e que “saibam aconselhar-se com órgãos de cariz científico multidisciplinar e interinstitucional”; à comunidade científica pede que coopere e se organize “proactivamente”, para “atingir massa crítica de pensamento e análise científica estruturadas”; aos dispositivos de saúde pública e dos cuidados a montante dos hospitais recomenda que seja “concedida prioridade máxima de reforço de meios”; finalmente, à comunicação social apela a que “reajuste e inove as suas estratégias de informação” e que “tenha em conta as necessidades emergentes e a aparente dessensibilização psicossocial, após meses consecutivos de pandemia”.