Pedido emocionado no Ângelus

“Em nome de Deus, parem este massacre!”

| 13 Mar 2022

Criança ucraniana à chegada à Roménia © UNICEF:Ioana Moldovan

O número de refugiados ucranianos na Europa não pára de aumentar. Foto © UNICEF / Ioana Moldovan

 

O Papa Francisco lançou hoje um apelo emocionado ao fim da guerra na Ucrânia, denunciando a “barbárie” que está a transformar cidades deste país em “cemitérios”. “Em nome de Deus, peço-vos: parai este massacre!”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do Ângelus. “Diante da barbárie da morte de crianças, de inocentes e civis indefesos, não há razões estratégicas que se mantenham de pé. Há apenas que parar a inaceitável agressão armada, antes que reduza as cidades a cemitérios”, acrescentou.

Pelo menos 85 crianças foram mortas e uma centena feridas na Ucrânia desde a invasão do país ordenada pelo Presidente russo Vladimir Putin, a 24 de Fevereiro, anunciou hoje a Procuradoria-Geral ucraniana, citada pela Ecclesia.

“Com dor no coração, uno à minha voz à das pessoas comuns, que imploram o fim da guerra. Que, em nome de Deus, se ouça o grito de quem sofre e se coloque fim aos bombardeamentos e ataques; que se aponte real e decididamente às negociações e se abram corredores humanitários efetivos e seguros”, declarou Francisco.

A intervenção evocou, em particular, a situação em Mariupol, uma cidade com cerca de 500 mil habitantes no sudeste da Ucrânia, onde, segundo o presidente da câmara local, se estima que, em 12 dias, tenham morrido 1500 pessoas. “Acabámos de rezar à Virgem Maria. Esta semana, a cidade que leva o seu nome, Mariupol, tornou-se uma cidade mártir da guerra atroz que está a devastar a Ucrânia”, referiu o Papa.

O cardeal Konrad Krajewski, que na última semana esteve na Polónia e Ucrânia, como enviado especial do Papa, disse ao portal de notícias do Vaticano que ficou impressionado com “a tristeza das pessoas que vivem em constante medo” e a imagem das mulheres em fuga, com crianças pequenas, sem deixar de sublinhar o sentimento de esperança que encontrou na população. “Deixo este país [Ucrânia] com um grande enriquecimento pessoal, porque encontrei pessoas de grande fé, pertencentes a todas as confissões. Isto também é uma esperança; uma esperança de unidade”, relatou.

Foi, disse o cardeal, uma “viagem de fé”. “Fui à Ucrânia para apoiar os nossos irmãos, para levar a bênção do Santo Padre, para estar perto deles, para rezar com eles. Encontrámo-nos com líderes de várias religiões, estivemos juntos… E também para agradecer às pessoas de boa vontade que oferecem as suas casas aos refugiados, aos muitos voluntários na Ucrânia e também aos muitos doadores. Foi uma viagem de fé, uma viagem do Evangelho, uma viagem de uma missão totalmente religiosa”, afirmou.

Mas a situação no terreno parece não abrandar. Ainda hoje, a Rádio Renascença dava conta dos apelos da nova autarca de Melitopol, Galina Danilchenko, nomeada pela administração regional de Zaporiyia, afeta aos russos, que pediu este domingo aos cidadãos para não resistirem à ocupação russa para a vida poder voltar ao normal.

“Queridos habitantes de Melitopol e da sua região, agora a nossa principal tarefa é construir todos os mecanismos para nos adaptarmos à nova realidade, de maneira a que tão rapidamente quanto possível a cidade comece a viver de novo”, disse a mensagem divulgada nas redes sociais, dita em russo.

Esta é uma nomeação que acontece depois do rapto, por forças russas, do presidente da câmara daquela cidade, que continua desaparecido.

 

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