
Jornadas pastorais do episcopado, em Fátima, sobre a JMJ, no momento em que estiveram presentes responsáveis do Comité Organizador Local. Foto: Direitos reservados
Pouco mais de metade dos jovens portugueses (56%) são religiosos e, destes, 50% afirmam-se católicos. Ou seja, serão pouco mais de um quarto (28%) os jovens portugueses que, hoje em dia, se consideram católicos. A conclusão é do estudo “Jovens, Fé e Futuro”, feito pelo Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP), da Universidade Católica Portuguesa, por encomenda da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). A pesquisa, cujos resultados serão apresentados publicamente no próximo dia 6 de julho, baseia-se num questionário online que teve por objetivo compreender como é que os jovens entre os 14 e os 30 anos “vivem a dimensão espiritual nas suas vidas e olham para o futuro”.
Esta conclusão principal do estudo foi apresentada nas Jornadas Pastorais do episcopado, que decorreram na segunda e terça-feira, dias 19 e 20, em Fátima, à porta fechada e sem a habitual conferência de imprensa final.
As Jornadas Pastorais do Episcopado, dedicadas ao tema “JMJ Lisboa 2023 – Desafios Pastorais Pós-jornadas para as Dioceses e para a CEP”, foram seguidas de uma assembleia plenária da CEP, que decorreu nesta quarta-feira. O questionário, que foi respondido entre abril e outubro de 2022, contou com 2480 respostas de jovens entre os 14 e os 30 anos, de acordo com a Ecclesia.
O estudo “Jovens, Fé e Futuro” foi realizado para a Conferência Episcopal Portuguesa e, após a apresentação na UCP e a realização da Jornada Mundial da Juventude, vai fazer parte de uma publicação que inclui análises aos dados apurados, onde estão também refletidos os valores, os desafios do futuro e o envolvimento dos jovens na construção do futuro.
Das Jornadas, e segundo o comunicado divulgado pela CEP no final, a ideia de “escutar os jovens, numa perspetiva sinodal, reconhecendo que são protagonistas do processo de renovação da Igreja” destacou-se como uma das ideias principais do debate, a ter em conta para a fase pós-Jornada Mundial da Juventude,.
O propósito de, com os jovens, “promover estruturas e organizar projetos (…) tomando decisões de acordo com aquilo que [eles] pedem, desejam e necessitam” sobressaiu também dos trabalhos do primeiro dia, numa reflexão em que, além dos bispos, participaram algumas dezenas de padres e leigos, entre os quais alguns jovens e membros dos COL e COD (comités organizadores local e diocesanos).
O desenvolvimento da “rede de comunicação e comunhão” desenvolvidos entre as estruturas das igrejas locais e com entidades da sociedade civil; investir em recursos humanos a tempo inteiro para se dedicarem à pastoral juvenil, “tendo como objetivo fundamental acompanhar os jovens, formar quem os acompanha e capacitar novos líderes para a evangelização”; passar de uma pastoral segmentada para uma pastoral integrada, numa perspetiva de sinodalidade são alguns dos propósitos para a fase pós-JMJ, destacados num comunicado divulgado pela CEP.
Numa parte dos trabalhos da assembleia da CEP, que decorreu já nesta quarta-feira, participaram membros do Dicastério para a Doutrina da Fé com o objetivo de “consolidar a articulação entre as Dioceses Portuguesas e aquele organismo da Santa Sé no âmbito do tratamento de casos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos”.