O Papa Francisco lamentou neste sábado a morte do cardeal Angelo Sodano aos 94 anos, no Hospital Columbus-Gemelli, de Roma, por causa de uma pneumonia decorrente do contágio da covid-19. Francisco refere-se a este “estimado homem da Igreja” que “mostrou ser um homem eclesialmente disciplinado, pastor amável, animado pelo desejo de divulgar o fermento do Evangelho por toda a parte”, de acordo com uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, citada pela Ecclesia.
Secretário de Estado com o Papa João Paulo II (1991-2006) e decano do Colégio dos Cardeais (2005-2019), Sodano tinha sido, antes, diplomata do Vaticano no Equador, Uruguai e Chile. Neste último país foi acusado de ser demasiado conviente com a ditadura militar de Augusto Pinochet.
Nascido em Isola de Asti (Piemonte, Itália) em 23 de novembro de 1927, Angelo era o segundo de seis filhos. Ordenado padre em 1950, seria convidado nove anos depois a prestar serviço na diplomacia vaticana.
O National Catholic Reporter recorda que o legado de Sodano ficou “manchado pelo seu apoio ao padre Marcial Maciel, o abusador sexual em série e fundador dos Legionários de Cristo”. “A Santa Sé tinha provas de décadas de que o fundador da ordem religiosa – uma organização que era uma das favoritas de João Paulo por produzir tantos padres – era um viciado em drogas e um pedófilo.
Em Fátima, em Maio de 2000, foi Sodano que deu voz à primeira interpretação do chamado “terceiro segredo de Fátima.
O funeral terá lugar a 31 de Maio na Basílica de S. Pedro. Será celebrado pelo reitor do Colégio dos Cardeais, Giovanni Battista Re, enquanto Francisco executará um rito funerário tradicional no final da cerimónia.