Erdogan convidou o Papa, mas a primeira oração muçulmana em Hagia Sofia arrisca-se a ser uma arma política

Noite junto a Hagia Sophia, presa entre as grades da política e da religião. Foto © Margarida Paulino
Um padre jesuíta diz que é “hipócrita” dizer que os cristãos perdem uma igreja; bispos católicos e ortodoxos insistem na ideia d e um lugar de culto misto ou de iniciativas inter-religiosas; a Presidente grega pede ajuda ao Papa; Erdogan fala no renascimento islâmico, de Bukhara ao Al-Andalus. A decisão política do Presidente turco em reconverter a antiga basílica de Santa Sabedoria em mesquita é contestada por muitos, mas, apesar dos apelos de última hora, a primeira oração muçulmana depois da decisão acontecerá mesmo nesta sexta. 24.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, terá convidado o Papa Francisco para a primeira oração na antiga catedral e depois mesquita de Hagia Sophia (Santa Sabedoria), que a partir desta sexta-feira, 24 de Julho, voltará a ser um lugar de culto islâmico, depois de 85 anos a funcionar como museu. Na primeira oração, deverão estar presentes 500 pessoas, entre elas o Presidente Erdogan.
A informação foi dada à CNN Turk por Ibrahim Kalin, porta-voz de Erdogan, e citada pelo jornal italiano Il Faro. Até à tarde de quarta-feira, 22, não havia qualquer comentário oficial do Vaticano à informação, mas é de prever que o Papa não aceite o convite, depois de ter afirmado, a 12 de Julho, que se sente “magoado” pela decisão de Erdogan.
Entretanto, nos Emiratos Árabes Unidos (EAU), o xeque Sultan bin Muhammad Al-Qasimi, governante de Sharja e um dos sete príncipes do país, quer “o regresso da Mesquita de Córdova”, em Espanha, argumentando que perguntou a quem pertence a actual catedral-mesquita e que lhe foi dito que “o município entregou a mesquita à Igreja” Católica.
Al-Qasimi fez estas declarações a uma televisão local, segundo o Religión Digital. Mas esta não é a primeira vez que a possibilidade de haver oração muçulmana no templo de Córdova é requerida por responsáveis muçulmanos. Em 2006, recorda a mesma fonte, a Junta Islâmica de Espanha pediu ao então Papa Bento XVI que pudesse haver oração de cristãos e muçulmanos naquele espaço. Na época, essa possibilidade foi recusada pelo então bispo de Córdova, Juan José Asenjo. Em 2010, diante de um mesmo pedido, o actual bispo, Demetrio Fernández, deu idêntica resposta.
A afirmação do xeque Al-Qasimi surge a poucos dias de se realizar a primeira oração muçulmana na antiga catedral cristã, o mais significativo santuário da cristandade entre 537 e 1453, depois convertida na mesquita “imperial” mais importante do islão, sob a autoridade do sultão da Turquia (1453-1931), como recorda o teólogo espanhol Xabier Pikaza. Em 1935, quatro anos depois de ter sido encerrada, o então Presidente turco Mustafa Kemal Ataturk, converteu o templo religioso em museu.
Uma decisão política

Símbolos muçulmanos em Hagia Sophia: os andaimes voltaram este mês à antiga basílica, para preparar o interior para a sua reconversão em mesquita. Foto © António José Paulino
A decisão do Presidente turco, que promoveu a ideia, é “absolutamente política”, considera o jornalista Merdan Yanardag, de Istambul, citado por Cameron Doody no Novena News. Ao dar este passo, Erdogan e as autoridades turcas “voltaram aos seus estreitos objectivos ideológicos, uma vez que estavam politicamente exaustos”.
Yanardag acrescenta, segundo a mesma publicação: “Não creio que a Turquia precise de uma nova mesquita. Em Istambul, há mesquitas suficientes que não estão cheias mesmo durante as orações de sexta-feira [o dia de oração mais importante para os muçulmanos], incluindo a Mesquita Azul. Portanto, não se deve pensar que isto irá acontecer à Hagia Sophia.” E, acrescentava o mesmo jornalista, a República Islâmica do Irão tem metade do número de mesquitas da Turquia, onde se continuam a construir esses edifícios.
“Creio que o desejo de transformar novamente a Hagia Sophia numa mesquita é a prossecução de estreitos objectivos islâmicos, que visam a utilização dos sentimentos religiosos das pessoas”, afirmava Yanardag.
Esta estratégia – quer a decisão sobre Hagia Sophia, quer a construção de mesquitas – pode ser vista como parte da política de Erdogan de alargar a sua base social de apoio entre os crentes muçulmanos. Numa população de 78 milhões de habitantes, 98% são muçulmanos, recorde-se. Mas, o que é mais grave, é que a situação da liberdade religiosa no na Turquia tem piorado – seguindo, aliás, a tendência geral do país no que diz respeito às liberdades políticas e direitos humanos – conforme dava conta o último relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Ajuda à Igreja que Sofre, publicado em 2018.
Uma leitura semelhante à do jornalista, dá conta ainda o Novena News, é feita pelo teólogo muçulmano turco Cemil Kilic: a reacção de muitos crentes pode ter um papel importante na decisão de Erdogan, que assim tenta conquistar apoios que politicamente nem sempre lhe são favoráveis. Para Cemil Kilic, o importante é que sejam tomadas medidas que não ofendam nem os sentimentos dos cristãos nem os dos muçulmanos.
O teólogo deixa também um aviso: “A conversão de Hagia Sophia numa mesquita pode levar a um aumento dos sentimentos anti-islâmicos em todo o mundo. Em particular, as mesquitas em áreas onde os muçulmanos estão em menor número podem estar em risco.” O mundo cristão, acrescenta, vê Hagia Sophia como “um templo com significado simbólico”, motivo que deveria levar a “deixar para trás as guerras religiosas e concentrar-nos na manutenção da paz mundial”.
O início do “renascimento”, de Bukhara ao Al-Andalus

A entrada em Hagia Sophia passará a ser livre, prometeiu Erdogan, mas a oração pública está interdita aos cristãos. Foto © António José Paulino
Erdogan garantiu, no discurso em que confirmou a decisão, que o bilhete de entrada na Hagia Sophia acabará e que Hagia Sofia permanecerá aberta aos turistas estrangeiros e locais. O lugar de culto foi colocado sob a administração da Diyanet, a autoridade turca para os assuntos religiosos, que gere as mesquitas na Turquia, depois de o Conselho de Estado ter anulado o seu estatuto de museu.
[expander_maker id=”1″ more=”Continuar a ler…” less=”Ler menos…”]
O Ministério da Cultura e a Diyanet assinaram entretanto, no dia 16 de Julho, um protocolo para preservar o monumento como património global que garante ainda a entrada gratuita no edifício, assegurou o ministro turco da Cultura, Mehmet Ersoy. E a Diyanet já fez saber que na sexta-feira, 24, os ícones e mosaicos cristãos do interior da basílica – entre os quais, um Cristo Pantocrator – estarão cobertos durante a oração.
O Presidente turco, que visitou Hagia Sophia no domingo passado, também não deixou de afirmar que “o renascimento de Hagia Sophia como mesquita inaugura a fase de libertação da mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém”, um dos três lugares mais sagrados do islão. Isto, pouco mais de dois anos depois de o próprio Erdogan ter garantido, na sua visita ao Vaticano e no encontro que teve com o Papa em Fevereiro de 2018, que concordava em proteger o estatuto de Jerusalém.
De acordo com o Religión Digital, o discurso de Erdogan em árabe fazia outras referências que não constavam da versão inglesa nem turca: “As minhas sinceras felicitações a todas as cidades que simbolizam esta civilização [islâmica], desde Bukhara, no Uzbequistão, até Al-Andalus”, terá afirmado, referindo o reino muçulmano da Península Ibérica e citando a seguir líderes islâmicos ou otomanos conhecidos pelas suas conquistas territoriais.
Entre eles, citou Mehmed II, o conquistador da Bizâncio cristã e a sua entrada na então Basílica de Hagia Sophia, que converteu imediatamente em mesquita. Esta nova recuperação do edifício como mesquita aparece assim como uma “segunda conquista” da antiga capital do Império Romano Oriental.
“Este renascimento é o símbolo do regresso do sol nascente da nossa civilização, baseado na justiça, na consciência, na ética, no monoteísmo e na fraternidade, a civilização que toda a Humanidade espera com anseio”, acrescentou o Presidente.
Na fase inicial da sua carreira política, recorde-se, Erdogan apresentava-se como um muçulmano moderado e defensor do Estado laico, mas progressivamente tem vindo a escudar-se naquilo que apresenta como regras religiosas para impor o seu poder autocrático. O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, tem as suas origens na organização islamita Irmandade Muçulmana. Após a tentativa falhada de golpe de 2016, que muitos observadores consideram ter sido inventado pelo próprio Erdogan, o Presidente endureceu as perseguições aos oposicionistas e aumentou a presença estrangeira da Turquia com destacamentos militares na Síria ou na Líbia.
Presidente da Grécia pede ajuda ao Papa

O mosacio represnetando o Cristo Pantocrator, considerado um dos mais importantes de Hagia Sophia. Foto © António José Paulino
Apesar destes desenvolvimentos recentes, não têm faltado apelos de última hora, para evitar que a decisão de Erdogan se concretize: a UNESCO já se manifestara contra, tendo em conta o estatuto de “património da humanidade” de Hagia Sophia; além do Papa, também o Presidente russo, Vladimir Putin, bem como líderes políticos da Grécia e outros países, o Conselho Mundial de Igrejas e vários responsáveis ortodoxos criticaram a decisão, por vezes de forma verbalmente violenta, como o 7MARGENS noticiou.
As reacções ortodoxas têm também a história como pano de fundo: Hagia Sophia foi basílica cristã bizantina e depois catedral ortodoxa desde a sua conclusão em 537 até 1204. Nesse ano, os cruzados ocidentais transformaram-na em catedral católica até 1261, quando o Império Bizantino reconquistou a cidade. O Império Otomano converteu-a em mesquita depois da queda de Constantinopla, em 1453. Em 1931, depois da tomada de poder por Kemal Ataturk, o templo foi encerrado e, quatro anos depois, convertido em museu.
Nesta semana, soube-se também que a Presidente grega, Katerina Sakellaropoulou, pediu ao Papa Francisco que “usasse toda a sua influência para sensibilizar a opinião pública internacional, para que a liderança turca revogasse a sua decisão e restaurasse a Basílica de Santa Sofia, no estado de monumento protegido”, lê-se numa nota do seu gabinete.
Segundo o Orthodox Times, Sakellaropoulou pensa que a decisão “prejudica profundamente aqueles que consideram este símbolo superior do cristianismo como pertencente à humanidade e ao património cultural mundial e desvia a Turquia dos valores do Estado secular e dos princípios da tolerância e do pluralismo”.
De acordo com a nota, Francisco concordou com a Presidente grega, “reconheceu as razões políticas de Erdogan para a decisão” e “prometeu continuar os seus esforços, como parte do seu papel, para rever a decisão”. Ao mesmo tempo, o Papa aproveitou para elogiar os esforços da Grécia “em receber refugiados e imigrantes, como teve oportunidade de ver durante a sua visita a Lesbos em 2016”. E terá ainda aceite o convite de Katerina Sakellaropoulou para visitar o país em 2021, por ocasião do 200º aniversário da revolução grega, assim as condições de evolução da pandemia o permitam.
Nem só do campo cristão surgem críticas a Erdogan. O grande mufti do Egipto, xeque Shawki Ibrahim Abdel-Karim Allam, a mais alta autoridade muçulmana do país, também afirmou, num programa de televisão, que a mudança do estatuto de Santa Sofia é ilegal, recordando ao mesmo tempo que o Egipto, país de maioria muçulmana, gasta recursos públicos na construção de igrejas.
Abdel-Karim Allam argumentava, citado no portal Vatican News, que odinheiro dado pelo Estado à construção de igrejas é um factor de forte coesão social nacional. Citando o profeta Maomé, acrescentou que, mesmo quando ele justificava campanhas militares de autodefesa, ordenava que não se destruíssem locais de culto e não matassem monges.
No mês passado, a Casa da Fatwa, um comité consultivo jurídico sobre questões legais islâmicas, presidida pelo grande mufti, definiu a própria conquista otomana de Constantinopla como uma “ocupação” e um “infeliz acontecimento” a transformação da antiga basílica em mesquita.
Lugar de culto para todos?
Na linha do patriarca arménio de Constantinopla, Sahak Mashalian, líder da mais importante minoria religiosa da Turquia, que propôs a utilização conjunta de Hagia Sophia como local de culto para muçulmanos e cristãos, também o patriarca (ortodoxo) sérvio, Irinej, sugeriu que a antiga basílica é “suficientemente grande para dar espaço para todos”. Por isso, deveria permitir o culto conjunto muçulmano-cristão, o que seria um sinal de “simbiose histórica, tolerância e confiança”.
A importância do monumento “não está apenas no seu valor artístico e cultural”, mas no seu valor como “um importante santuário, testemunha e fonte de autêntica espiritualidade”, também para os fiéis muçulmanos, dizia o patriarca, numa nota citada pelo Novena News.
Irinej critica como “injustiça histórica, mas também uma [imprudência] e um movimento político desnecessário” a decisão de Erdogan, a quem também apelou para permitir igualmente o culto cristão. O que nem seria a primeira vez, diz, pois na Sérvia há muitas igrejas e mesquitas que testemunham essa “simbiose histórica, tolerância e confiança entre os vizinhos”.
Também o cardeal católico austríaco Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, manifesta o seu “sonho” de Hagia Sophia se tornar um “centro de encontro de religiões”, o que seria “uma vitória e uma bênção para todos”.
É “hipócrita” dizer que cristãos perdem igreja, diz padre jesuíta

Representação de João Baptista, no mosaico do Cristo Pantocrator: os cristãos devem estar feliuz com um museu convertido em lugar de oração, diz o padre jesuíta Felix Körner. Foto © António José Paulino
Do lado católico, no entanto, também há vozes dissidentes em relação à maioria: o padre jesuíta Felix Körner, professor de teologia das religiões na Universidade Pontifícia Gregoriana e membro da Comissão do Vaticano para as Relações Religiosas com os Muçulmanos, considerou, numa entrevista citada pelo Novena News, que é “hipócrita” afirmar que “o cristianismo perde uma igreja” com a reconversão de Hagia Sophia em mesquita.
“O que lhe dói quando pensa no facto de um museu, que sob Atatürk era usado secularmente apenas como um lugar a visitar e já não como um lugar de oração, estar agora a tornar-se novamente um lugar de oração? Isso não pode magoar como pessoa religiosa. Isso pode fazer-te feliz”, afirmou Körner.
O jesuíta alemão acrescentou, citado pela mesma fonte, que a alteração do estatuto traz uma indesejável “velha memória” – a queda de Constantinopla para o Império Otomano em 1453 – mas os cristãos ocidentais não se preocuparam com Bizâncio quando os otomanos se aproximaram cada vez mais. O problema é se agora os diversos actores da questão estão a fazer “política com uma casa de oração”, o que é “triste”.
“Não vejo como um drama que um museu esteja agora a tornar-se novamente uma casa de oração. Penso que só é um drama se agora se transformar num jogo de poder, por parte do próprio [Presidente turco Recep Tayyip] Erdogan, por exemplo”, afirmou Körner.
O padre jesuíta deseja que os cristãos “não [caiam] na armadilha do excesso de dramatização” da reconversão. Em vez disso, devem vê-la como “uma oportunidade de pensar novamente no que pode vir a ser de um museu secularizado, que se tinha tornado rígido como resultado, transformado agora numa casa de oração para todos os povos”. E argumentou que, uma vez aberta à visita pública, sem pagamento de entrada, qualquer pessoa pode rezar em Hagia Sophia.
“Não sei se alguma vez rezou numa mesquita, pelo menos eu gosto muito”, disse Körner ao entrevistador, acrescentando: “Esta é uma oportunidade para dizermos: bem, nós como crentes podemos perceber e aceitar este lugar como um lugar espiritual.”
“Se o Papa diz que isso o magoa, e se os bispos, incluindo os da ortodoxia, dizem que dói, então devem dizer claramente porque é que isso os magoa”, acrescentou o jesuíta. “Porque têm uma triste memória, porque não querem que seja politizada.” Cristãos e muçulmanos deveriam agora fazer propostas de utilização conjunta do espaço, de modo a evitar qualquer impressão de que a reconversão era uma “reivindicação territorial ou uma facada ao cristianismo”, cenários que considerou absurdos.
Körner dá exemplos: os muçulmanos de Istambul poderiam convidar formalmente os cristãos a rezar com eles na Hagia Sophia, “tal como o próprio Muhammad [Maomé] convidou os cristãos em Medina, segundo a tradição, a rezar na sua mesquita, no século VII”; e poderia haver iniciativas de oração e diálogo inter-religioso planeadas para Hagia Sophia, de modo a tornar a mesquita agora reposta “um lugar de compreensão e irradiação espiritual para todos”.
[/expander_maker]
[related_posts_by_tax format=”thumbnails” image_size=”medium” posts_per_page=”3″ title=”Artigos relacionados” exclude_terms=”49,193,194″]

Formação é chave
Eutanásia, dilema moral para clérigos na Austrália novidade
A entrada em vigor da Lei da Morte Assistida Voluntária (MAV) no estado da Austrália do Sul, está a originar um problema moral aos capelães e presbíteros que acompanham esse tipo de situações, segundo informa o jornal Southern Cross, citado pela...
Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC
Breves
Aveiro
Homenagem a D. António Francisco dos Santos novidade
Avenida dedicada a D. António Francisco dos Santos, em Aveiro, tem uma rotunda com anjos da guarda.
Presidente e Papa na agenda
Associação de vítimas de abusos sexuais vai nascer em Portugal
Está ainda em fase de constituição uma associação de vítimas, mas os seus fundadores – duas mulheres e um homem quem ainda crianças ou adolescentes foram violentados por membros do clero – manifestaram já a intenção de se encontrarem com o Presidente da República e com o Papa Francisco, quando este vier a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude.
Abusos sexuais
Bispos franceses fixam “dia anual de memória e oração” pelas vítimas
A Conferência dos Bispos Franceses (CEF, da sigla em francês) fixou de forma permanente a terceira sexta-feira da Quaresma como “dia anual de memória e oração” pelas vítimas de violência sexual e de abusos de poder na Igreja.
Audiência-geral
Francisco insiste na igualdade de todos os batizados
A diversidade de carismas e de ministérios “não deve dar origem, no seio do corpo eclesial, a categorias privilegiadas; nem pode servir de pretexto para formas de desigualdade que não encontram lugar em Cristo ou na Igreja” sublinhou o Papa Francisco na audiência-geral de hoje, quarta-feira, dia 15 de Março.
Três debates em Março
“Nova Ágora” em Braga: escuta, acolhimento e diálogo inter-religioso
A Arquidiocese de Braga retoma, na sua sétima edição, os encontros “Nova Ágora”, que pretendem contribuir para o debate de grandes questões da atualidade, englobando em cada série, conferências sobre diferentes temáticas. Este ano, ao longo das próximas sextas-feiras, os olhares projetam-se sobre, respetivamente, a ética do cuidado, os caminhos de acolhimento e a escuta do outro no diálogo entre religiões.
Inscreva-se aqui
e receba as nossas notícias
Boas notícias

Para combater desertificação
Bispos da Nigéria vão plantar 5,5 milhões de árvores
A Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria (CBCN) comprometeu-se a plantar 5,5 milhões de árvores ao longo dos próximos cinco anos para mitigar os efeitos das alterações climáticas. A ação surge no âmbito da campanha de reflorestação Green Revolution, financiada pela Cáritas Nigéria, e apresentada esta semana na capital do país, Abuja.
É notícia
Dia dos Mártires
Igreja na Índia recorda massacre de 2008
Treze anos depois da onda de violência que varreu o Estado de Orissa, na Índia, provocando mais de 100 mortos, a justiça é ainda uma miragem, denuncia a Fundação AIS. Desde 2016 que é celebrado pela Igreja em Orissa o dia dos Mártires.
Fundação AIS
Padre haitiano morto a tiro
Um padre que dirigia um orfanato no Haiti foi morto a tiro, Andrè Sylvestre, de 70 anos de idade, foi assassinado na tarde de segunda-feira, 6 de setembro, durante uma tentativa de assalto, revelou a Fundação AIS.
IndieLisboa
Cinema: prémio Árvore da Vida atribuído a “Sopro”
O filme “Sopro”, realizado por Pocas Pascoal, uma cineasta angolana de 58 anos, foi distinguido na segunda-feira com o prémio Árvore da Vida, atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), no final da 18.ª edição do festival de cinema independente IndieLisboa.
Vídeo do Papa
Francisco pede estilo de vida sóbrio e ecossustentável
Adotar um estilo de vida sóbrio e ecossustentável é o desafio lançado pelo Papa Francisco no vídeo com a intenção de oração para setembro, divulgado pela Rede Mundial de Oração do Papa.
Máximo histórico
Quatro em cada dez espanhóis dizem-se ateus ou não crentes
O estudo mais recente do Centro de Investigações Sociológicas de Espanha revela que quase quatro em cada dez espanhóis (38,7%) se declaram ateus ou não crentes e são apenas 16,7% os inquiridos que se assumem como católicos praticantes. Trata-se do máximo histórico do número de não crentes e do valor mais baixo alguma vez registado em relação aos católicos praticantes. Se a tendência se mantiver, estima-se que dentro de dois anos o número de não crentes no país ultrapasse, pela primeira vez, o de crentes.
Entre margens
Que Igreja? Que bispos? – Duas desgraças e duas oportunidades novidade
A segunda oportunidade, talvez última, é ainda para a Igreja: por favor torne-se evangélica, servidora, caminhante do Reino de Deus.
O que não está, mas brilha
Há alguns anos, numa mesa de café, uma mulher contou-me uma história. A sua infância acontecera numa casa muito pobre, iluminada apenas por brasas numa lata, num chão de terra. Era sobre estas que, com o dedo, desenhava, e as cores-fogo surgiam na escuridão que rouba as coisas de lugar. (Opinião de Raquel Luiz)
Como é que as pessoas querem envelhecer?
Como é que as pessoas querem envelhecer? Quando esta questão me foi posta, mentalmente reagi de imediato: eu é que sei? E pensei que teria de interrogar várias pessoas sobre este problema na tentativa de obter uma informação mais fundamentada. Também me ocorreu de imediato que a primeira pessoa a interrogar seria eu próprio… E a resposta emocional saltou de imediato: mas eu não quero envelhecer!… (Opinião de José Pires)
Cultura e artes
Diálogo místico de Frei Carlos Antunes
“Oh noite que guiaste!” – uma leitura para a Quaresma
Carlos Maria Antunes, monge cisterciense no Mosteiro do Sobrado na Galiza, brinda-nos com o seu quarto livro. Já havia publicado Atravessar a Própria Solidão (2011) e Só o Pobre se faz Pão (2013) ambos nas edições Paulinas, e um outro Jesus, uma Boa Notícia, em colaboração com Gustavo Sousa Cabral (Fundamentos, 2014).
Um "passo histórico"
Coro centenário do Mosteiro de Montserrat aceita pela primeira vez vozes femininas
Pela primeira vez nos seus setecentos anos de história, o famoso coro do Mosteiro de Montserrat (importante local de peregrinação perto de Barcelona, Espanha), vai aceitar a participação feminina. Os clérigos decidiram formar um novo coro misto, composto por 25 rapazes e raparigas entre os 17 e os 25 anos, que irá juntar-se ao coro tradicional da Escolania, com 45 meninos entre os 9 e os 14 anos.
Ensaio de Teologia Litúrgica
Arte e liturgia. Teoria da presença de Deus entre visível e invisível
Um ensaio de teologia litúrgica apresentado como “insitigante”, destinado a suscitar espanto. Em discurso mistagógico-poético, Ecologia Poética no Labirinto da Liturgia, da autoria do padre Joaquim Félix de Carvalho, convoca também reconhecidos poetas portugueses e os artistas Bill Viola e Anish Kapoor.
Francisco, 2013-2023 (10)
10 anos de pontificado, 10 gostos do Papa: Os poemas piemonteses de Nino Costa
Os escritores que o Papa Francisco mais aprecia são, de um modo geral, amplamente conhecidos e encontram-se editados em Portugal. É o caso de, por exemplo, Friedrich Hölderlin, Fiódor Dostoievski e Jorge Luis Borges. Mas há um autor que raros sabiam existir até Jorge Mario Bergoglio falar dele: Nino Costa, um italiano do Piemonte, que viveu entre 1886 e 1945.
Francisco, 2013-2023 (8)
10 anos de pontificado, 10 gostos do Papa: Vocação de S. Mateus, de Caravaggio
Ver é fundamental na fé, afirmou o Papa Francisco. Ver e maravilhar-se. E uma boa ajuda para penetrar nas cenas do Evangelho é oferecida pela arte. Pela de Caravaggio (1571-1610), por exemplo, autor de Vocação de S. Mateus, uma das pinturas que Francisco mais admira.
Sete Partidas
Nós (alguns apontamentos sobre o Relatório) novidade
Não será já, mas chegará, assim o espero, o momento de nos olharmos ao espelho – Igreja instituição e Igreja Povo de Deus – e dizermos com toda a verdade: isto somos nós. Podemos não gostar, mas é isto que somos.
Aquele que habita os céus sorri
e se for a fragilidade o lugar da ressurreição e da visão de Deus?
Breve comentário do p. António Pedro Monteiro aos textos bíblicos lidos em comunidade, no Domingo IV da Quaresma A. Hospital de Santa Marta, Lisboa, 18 de Março de 2023.
Agenda
[ai1ec view=”agenda” events_limit=”3″]