
A nova mesquita na Praça Taksim, Istambul. Foto © Cagataydonmez10/Wikimedia Commons
A praça Taksim, principal espaço público da Istambul, passou a ter, desde sexta-feira, dia 28, uma grandiosa mesquita, que foi inaugurada pelo Presidente da Turquia, Recep Erdogan.
Com capacidade para juntar entre 3000 a 4000 pessoas, a nova mesquita, uma promessa antiga do Presidente, é a terceira que ele inaugura, nos seus 18 anos de mandato. A outra foi a enorme mesquita Camlica, erguida numa colina, que abriu portas em março de 2019, e a terceira foi a Hagia Sophia, um antigo espaço de culto cristão entretanto transformado em museu, que Erdogan decidiu converter também em mesquita, no ano passado.
A mesquita de Taksim tem uma abóbada de 30 metros e dois minaretes imponentes e insere-se num complexo que inclui um espaço de exposições, biblioteca, cozinha de refeições ligeiras e parque de estacionamento.
Os críticos vêem esta construção como parte dos planos do Presidente para minar o legado de Mustafa Kemal Ataturk, que estabeleceu uma república de orientação secular após o colapso do Império Otomano, segundo refere a agência Associated Press.
A mesma fonte diz que um centro cultural na praça Taksim, que tinha o nome de Ataturk e que era visto como um símbolo da sua herança, foi demolido e está a ser substituído por uma nova estrutura que abrigará um teatro de ópera. Já a Arab News tem outra versão: a mesquita foi construída no local em que existia um monumento a Ataturk.
O Presidente responde que o sonho da mesquita em Taksim remonta aos anos 80 do séc. XIX, datando de uma guerra russo-turca. E que ele acelerou o objetivo de mandar construir a mesquita no momento (“o momento em que aqueles terroristas se posicionaram contra nós”) em que a praça de Taksim foi palco, em 2013, das grandes manifestações contra o seu Governo, quando era primeiro-ministro.