
Dispensário de Karuna, Diocese de Loikaw, Myanmar. Foto do facebook do Dispensário.
Soldados às ordens da junta militar de Myanmar invadiram na segunda-feira, 22 de novembro, a catedral, uma clínica administrada pela Igreja e a própria casa do bispo da Diocese de Loikaw, no estado de Kayahno, fazendo buscas e prendendo 18 profissionais de saúde, noticiou a Union of Catholic Asian (UCA) News.
Numa operação de mais de sete horas, mais de 200 soldados e polícias invadiram o complexo da Catedral de Cristo-Rei em Loikaw e entraram à força na clínica conhecida como Karuna (Compaixão), forçando 40 doentes, incluindo quatro infetados pelo vírus da covid-19, a deixar a clínica. Um padre e duas freiras acompanharam os 18 profissionais de saúde presos ao centro de interrogatório.
De acordo com fontes eclesiais citadas pela UCA News, tem sido cada vez mais frequente os militares matarem civis, queimarem casas e fazerem prisões arbitrárias em operações na região (que é predominantemente cristã). Pelo menos 10 paróquias na Diocese de Loikaw foram vítimas de ataques graves, dando origem a mais de 100 mil deslocados, em fuga da violência militar.
A Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP) de Myanmar, citada pelo Vatican News, regista de forma documentada a morte de 1.286 pessoas e a prisão de outras 10.380 desde o golpe militar de 1 de fevereiro até dia 22 de novembro.