
O Cardeal Marc Ouellet não quer bispos “carreiristas” à frente das dioceses. Foto ©Mazur_catholicnews.org.uk
A sensibilidade de um pontificado tem uma influência decisiva sobre as escolhas de bispos que têm lugar nesse pontificado. Quem o afirma em entrevista à Vatican News é o prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Marc Ouellet, para quem: “Cada Papa recebe do Espírito Santo uma ‘visão’ particular sobre os problemas da Igreja e as suas prioridades. Os que colaboram com o Papa são chamados a entrar na perspetiva do Primeiro Pastor”.
Na entrevista publicada nesta segunda-feira, 26 de abril, o cardeal referiu que o processo de escolha de cada bispo pode sofrer influências perversas: “Como em todas as coisas humanas, a inveja e os interesses pessoais podem motivar aqueles a quem se pedem informações” o que é grave, pois “a Igreja não precisa de ‘carreiristas sociais’, pessoas que buscam os primeiros lugares, precisa de homens que sinceramente querem servir os seus irmãos e mostrar-lhes o caminho da fé e da conversão.”
De três em três anos os bispos responsáveis das sedes episcopais de cada país elaboram uma lista de presbíteros que poderiam ser adequados ao ofício episcopal. A lista é entregue à Nunciatura de dada país que, com recurso ao parecer confidencial de pessoas por si escolhidas, a filtra e a envia para a Congregação para os Bispos. A Congregação para os Bispos “considera as candidaturas à luz de critérios gerais e, com a ajuda de uma assembleia de membros designados pelo Santo Padre, atualmente 23 cardeais e bispos de todo o mundo, faz a avaliação final que será entregue ao Papa para sua decisão final – explicou Marc Ouellet ao Vatican News
O cardeal – um canadiano à beira dos 77 anos que tem sido apontado como candidato dos setores conservadores moderados à sucessão do Papa Francisco – divulgou no dia 12 de abril a realização de um Simpósio Teológico Internacional sobre o sacerdócio, organizado pela Congregação para os Bispos. O Simpósio terá lugar entre 17 e19 de fevereiro de 2022 e visa promover uma reflexão global e alargada sobre a missão do clero católico, procurando aprofundar “a importância da comunhão entre as diferentes vocações na Igreja”, disse, na altura, Marc Ouellet aos jornalistas.