
“Tenho um problema com a instituição [Igreja], não com a fé”, explicou o músico de 29 anos, que tem estado nos tops polacos dos discos mais vendidos. Foto retirada do perfil de Facebook de Dawid Podsiadło.
“Não renego a fé, recuso a hipocrisia”. Assim justificou Dawid Podsiadło, uma das maiores estrelas pop da Polónia, a sua decisão de formalizar o abandono da Igreja Católica, segundo o site Notes from Poland.
“Tenho um problema com a instituição [Igreja], não com a fé”, explicou este músico de 29 anos, que tem estado nos tops polacos dos discos mais vendidos, tendo mesmo conquistado um disco de diamante.
O caso teve impacto num país em que mais de 90 por cento das pessoas se dizem católicas, mas não é apenas pela visibilidade do seu protagonista. De facto, nos últimos anos, tem sido crescente o número de apostasias, sobretudo entre os mais jovens. O desvendamento do fenómeno dos abusos sexuais e do seu encobrimento, o endurecimento das leis relativamente ao aborto, por influência atribuída à Igreja, e a proximidade entre a hierarquia e o governo têm sido invocados como fatores por detrás do fenómeno.
Desde 2010 que a Igreja Católica polaca não publica dados sobre apostasias. No entanto, declarações do diretor do Instituto de Estatística indicavam, em 2020, uma tendência de subida, ainda que menor do que o número de batismos. Numa diocese importante como é Cracóvia, o número dos abandonos da Igreja foi, nesse mesmo ano, três vezes superior ao do ano anterior.