
Eutanásia: padre australiano defende que “a eutanásia é uma grave violação da lei de Deus”. Foto © DR
A entrada em vigor da Lei da Morte Assistida Voluntária (MAV) no estado da Austrália do Sul, está a originar um problema moral aos capelães e presbíteros que acompanham esse tipo de situações, segundo informa o jornal Southern Cross, citado pela publicação CathNews dos bispos australianos.
A notícia dá destaque às observações de um membro do clero e bioeticista, o padre Joseph Parkinson, que tem estado a dar formação a agentes de pastoral na Arquidiocese de Adelaide, capital daquele estado australiano.
Parkinson começa por citar a posição do Papa Francisco, segundo o qual “a eutanásia é uma grave violação da lei de Deus, pois é o assassinato deliberado e moralmente inaceitável de uma pessoa humana”. Por outro lado, estão as pessoas concretas e o cuidado pastoral a que têm direito, o qual – faz notar Parkinson – começa no “acompanhamento e na escuta da pessoa, sua experiência subjetiva, suas esperanças e seus medos”.
Num ambiente pastoral “cada vez mais complexo”, após a aprovação da lei de eutanásia e morte assistida em todos os estados australianos, a Igreja Católica constituiu um grupo de trabalho, em que aquele presbítero participou, e de cujo trabalho resultou um primeiro documento que está, presentemente, a ser analisado pelo episcopado do país. Não sendo ainda conhecido publicamente, sabe-se apenas que aborda questões como sacramentos, orações pelos moribundos e enterros cristãos de pessoas que recorreram à Morte Assistida Voluntária.
O padre Parkinson refere a sua experiência num outro Estado australiano que aponta para o facto de as pessoas “nem sempre verem a eutanásia como uma rejeição do ensinamento católico ou como uma rejeição de Deus”.
“Às vezes, a graça dos sacramentos pode ajudar a pessoa a superar seus medos”, disse o padre Parkinson.