
O bispo Anacleto Oliveira com a nova tradução dos Evangelhos e dos Salmos, cuja equipa de edição ele coordenava. Foto © Ecclesia.
As exéquias do bispo de Viana, Anacleto Oliveira, que morreu sexta-feira num despiste de automóvel, começam nesta segunda-feira, 21, em Viana do Castelo, e concluem-se quarta-feira, 23, em Cortes (Leiria), a sua terra natal, onde ficará sepultado.
No final da tarde de segunda, os restos mortais de D. Anacleto dão entrada na catedral de Viana, onde ele era bispo há dez anos. Ali será rezada a oração de Vésperas. A catedral encerra às 22h, informou a diocese, num comunicado citado pela Ecclesia.
Na terça-feira, dia 22 de setembro, será celebrada missa às 15h, presidida pelo arcebispo de Braga, Jorge Ortiga. Tendo em conta as limitações relacionadas com a pandemia, estarão presentes os restantes bispos portugueses, padres de Viana do Castelo e representantes de movimentos eclesiais, além de autoridades civis e militares.
Quarta, 23, o corpo estará em câmara ardente na catedral de Leiria a partir das 10h e, às 15h, o cardeal António Marto preside à missa. Aqui, terão lugar prioritário o clero e os familiares do defunto. Após a celebração, o cortejo fúnebre segue para as Cortes, terra natal de D. Anacleto.
Em declarações à Renascença, o cardeal Tolentino Mendonça definiu o falecido bispo como um homem de diálogo e apaixonado pela Palavra que anunciou. E sublinhou dois aspectos da vida de D. Anacleto: a “palavra surpreendente” traduzida no mote da sua missão de bispo – “escravo de todos” –, que “viveu de forma discreta, serena, dialogante, mas muito incisiva em todos aqueles com quem se cruzou”; e “o amor pela Palavra de Deus “, que reflectia “um pregador que se deixa ferir pela beleza da Palavra”.
O bibliotecário da Santa Sé recorda ainda ter falado muito com D. Anacleto sobre o projecto
da nova tradução da Bíblia, que o bispo de Viana do Castelo coordenava: “Trabalhámos longamente nesse projeto da comissão de revisão dos textos bíblicos e litúrgicos e posso testemunhar o empenho pessoal, incansável, laborioso” e o “entusiasmo” e “paixão” que revelam “a centralidade da Palavra na sua vida”, afirmou.