
“O inquérito apurou também que apenas oito por cento dos católicos vão regularmente à missa.” Foto © Rawpixel
Em França, 91 por cento das pessoas criadas em famílias muçulmanas seguem a religião dos seus pais, o que sucede em 84 por cento das famílias judaicas, mas só acontece em 67 por cento das famílias católicas. A conclusão resulta do inquérito Trajetos e Origens realizado pelo instituto público de estatísticas francês (INSSE) em 2019-2020 e divulgado no final de março.
De acordou com os dados recolhidos, o catolicismo continua a ser a primeira religião (29% da população declara-se católica) em França, país em que o islão é a segunda religião (10% da população) à frente do conjunto das denominações cristãs não católicas (9%). Mas o número mais impressionante entre esta população dos 18 até aos 59 anos é o facto de mais de metade (51%) declarar que não tem religião nenhuma. Esta taxa sobe para os 58 por cento caso se considere apenas o conjunto dos cidadãos sem ascendência imigrante recente e reduz-se para 26 por cento nos descendentes de imigrantes. Entre os imigrantes instalados em França há mais de 16 anos, pelo contrário, 81 por cento afirma ter uma religião.
O inquérito apurou também que apenas oito por cento dos católicos vão regularmente à missa. Esta percentagem é ainda mais baixa (6%) entre os católicos sem ascendência imigrante, ao contrário do que acontece entre os imigrantes de origem portuguesa, espanhola ou italiana, em que 15 por cento vão à missa todos os domingos. Contudo, os descendentes destes imigrantes caracterizam-se por um forte abandono da prática dominical que é mantida por apenas cinco por cento.
A frequência regular dos locais de culto era em 2019-2020 superior entre os outros cristãos, os muçulmanos e os budistas (todos com taxas um pouco acima dos 20%). Os judeus são o grupo religioso em que se verifica uma maior percentagem (34%) de pessoas que não deixam de se deslocar todas as semanas aos seus lugares de culto.