
Vilmos Szabadi e Márta Guliáz, violonistas húngaros que participarão em Castelo de Vide no Festival Terras sem Sombra. Foto: Direitos reservados.
Um concerto para dois violinos, um périplo pelas fontes de água da região e uma visita a uma quinta agrícola com origens no século XIX preencherão aquele que será o segundo fim de semana da 19ª temporada do Festival Terras sem Sombra. Este sábado e domingo, 27 e 28 de maio, cabe ao concelho norte alentejano de Castelo de Vide acolher a iniciativa.
O concerto “Diálogos Infinitos: Um Repertório para Dois Violinos”, marcado para as 21h30 de sábado, na igreja do convento de S. Francisco, será uma oportunidade para ver em palco um violino histórico de 1778, instrumento da colecção do Estado húngaro. Os intérpretes Vilmos Szabadi e Boglárka Farkas, provenientes de Budapeste, percorrerão um repertório musical de cinco séculos, interpretando, entre outras, peças de Jean-Maria Leclair, Ignaz Josef Pleyel, Alexander Rolla, ou do “virtuoso do violino” húngaro Franz von Vecsey.
A anteceder o concerto, a tarde de sábado “reserva a todos quantos se juntarem à atividade do Património um singular périplo”, adianta a organização do festival. O percurso “Fons Vitae: O Património Aquático de Castelo de Vide” começa às 15h, sendo o ponto de encontro no Jardim Grande, e pretende aproximar os participantes do “riquíssimo conjunto de fontes da vila e envolvente”, incluindo uma visita à exploração da Vitalis, cujas águas brotam de maciços quartzíticos, circulando numa intricada rede de fraturas na rocha.
O fim de semana termina com a atividade “Da Agricultura à Biodiversidade: A Granja do Prado e o Legado de João José Le Coq”, que se inicia às 9h30 de domingo, também com ponto de encontro no Jardim Grande. Esta atividade evoca a vida e obra de João José Le Coq (1798-1879), que foi comendador da Ordem de Cristo, diretor da Litografia Régia, e diretor e professor da Escola Normal, e que, em 1838, adquiriu propriedades em Castelo de Vide. Entre estas, destaca-se a vastíssima Quinta do Prado, tornada modelo de lavoura, e da qual se diz ter sido palco para a produção do primeiro espumante feito em Portugal.
A etapa seguinte deste festival itinerante que visa partilhar e projetar o legado do Alentejo está agendada para 24 e 25 de junho, com atividades programadas para o concelho de Mourão.
A programação da 19.ª temporada do festival – que abrange sempre a música, património e biodiversidade – retomará depois em setembro, para se prolongar até dezembro, com eventos em Beja (9 e 10 de setembro), Santiago do Cacém (23 e 24 de setembro), Odemira (14 e 15 de outubro), Vidigueira (28 e 29 de outubro), Arraiolos (11 e 12 de novembro), Montemor-o-Novo (2 e 3 de dezembro) e Sines (data a confirmar).