O Festival Terras sem Sombra apresenta, na Igreja Matriz de Santa Maria da Devesa neste sábado, 31 de Julho, às 21h30, o concerto pelo grupo Utopia Ensemble, que interpreta obras da polifonia europeia. O festival junta as memórias judaicas de Castelo de Vide, revisitadas na acção de património (31 de Julho, 15h), e as deslumbrantes paisagens da Serra de S. Mamede (1 de Agosto, 9h30), com a rica biodiversidade deste território por horizonte.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Devesa, em Castelo de Vide – uma das mais vastas do Sul de Portugal – recebe as vozes do Utopia Ensemble, “um dos mais destacados grupos vocais da actualidade, com um repertório de peças do século XVI e inícios do século XVII”, destaca um comunicado enviado ao 7MARGENS. O projecto tem o epicentro em Antuérpia e inspira-se no célebre livro epónimo de Thomas Morus, com o qual partilha a vocação europeia. Entre outras iniciativas, “este premiado ensemble procura trazer à superfície uma visão inovadora do panorama musical, tanto flamengo como internacional, após a Idade Média”, adianta o mesmo texto.
Ainda sobre a presença judaica em Castelo de Vide, a actividade de salvaguarda de património, a 31 de Julho (15h00), propõe um périplo pelas ruas e monumentos da vila alentejana, tendo como mote “De Volta a Casa: Memórias Judaicas de Castelo de Vide”. “A reminiscência colectiva e a paisagem urbana guardam reflexos desses tempos áureos. Conservada com grande cuidado pela comunidade local, a Judiaria apresenta elementos característicos, como as velhas calçadas, a toponímia e a singular arquitectura, de que faz parte a antiga Sinagoga”, refere o comunicado.
Para finalizar o programa Terras sem Sombra no concelho de Castelo de Vide, o Festival propõe um olhar à biodiversidade sob o mote “Um Alentejo Diferente: A Serra de S. Mamede”. O encontro está marcado para as 9h30 de domingo no Coreto do Jardim Grande. Os participantes são convidados a conhecer as singularidades da Serra, numa visita sob a orientação, entre outros peritos, do ornitólogo Gonçalo Elias e do técnico de arqueologia Nuno Félix, grandes conhecedores da área montanhosa, nas suas diversas paisagens histórico-naturais. “A serra integra a secção sul da Meseta Ibérica, com o ápice nos 1025 metros de altitude, abriga um microclima com notável coberto vegetal e é casa para inúmeras comunidades de seres vivos, com destaque para as aves de presa. A longa presença humana manifesta-se no excepcional património cultural”, explica o comunicado.