No vídeo em que apresenta a sua intenção de oração para o mês de novembro, divulgado esta quinta-feira, dia 5, no canal de Youtube do Vaticano, o Papa pede que se reze para que o progresso tecnológico associado à robótica e à inteligência artificial esteja “vinculado ao bem comum”, orientado para “o respeito pela dignidade” das pessoas, e que, em suma, “esteja sempre ao serviço do ser humano… Podemos dizer, que seja humano”.
Francisco reconhece que “a robótica pode tornar possível um mundo melhor”, mas revela preocupação com facto de os avanços tecnológicos poderem também contribuir para um aumento das desigualdades, deixando o alerta: se assim for, “não é um progresso real”.
Segundo dados do Vatican News, o recurso à inteligência artificial, com a implementação nas empresas das chamadas “máquinas inteligentes”, cresceu 270% em todo o mundo nos últimos quatro anos. No vídeo, aliás, incluem-se imagens que mostram a utilização de algumas dessas máquinas ao serviço do bem comum.
“Como o Papa Francisco reafirma, é nossa função garantir que os benefícios resultantes sejam distribuídos de forma equitativa e gerem oportunidades e bem-estar. Para nortear positivamente as nossas ações e escolhas em relação ao presente e ao futuro, é necessário colocar o respeito pelas pessoas e pelo meio ambiente em primeiro lugar, adotando uma visão baseada na sustentabilidade”, sublinha Francesco Starace, responsável máximo da multinacional de energia ENEL, uma das entidades que entrou na parceria da produção do vídeo, com o Instituto Italiano de Tecnologia.
“Sabemos que a inteligência artificial, a robótica e outras tecnologias abrem grandes desafios para a ética e a justiça social”, afirma por seu lado o padre Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa (responsável pela iniciativa “O Vídeo do Papa“). “É por isso que o mais recente pedido do Papa é importante: rezar para que o progresso seja sempre humano”, conclui.