
Religiosas de 24 congregações dos Estados Unidos da América juntaram-se em frente à Casa Branca em protesto. Foto © NETWORK Lobby.
Oitenta religiosas de 24 congregações dos Estados Unidos da América juntaram-se no último fim-de-semana em frente à Casa Branca, apelando ao Presidente Biden que suspenda um diploma do tempo de Donald Trump, conhecido por Título 42, que fecha as portas aos migrantes que pretendem entrar pela fronteira sul.
“Irmãs católicas exigem: fim do uso imoral do Título 42”, diziam vários dos cartazes exibidos na manifestação que juntou também outros apoiantes vindos de diferentes estados dos EUA. A iniciativa foi uma espécie de ação de Advento (preparação do nascimento de Jesus), que os cristãos estão a celebrar até ao Natal.
A medida contestada foi instituída pela administração Trump no quadro da Lei de Segurança de Saúde Pública, em março de 2020, quando cresceram as preocupações públicas com os contágios do coronavírus. Dadas as posições de Biden enquanto candidato, os seus apoiantes acreditaram que ele aboliria essa política, o que até agora não aconteceu.
A administração Biden entende que o Título 42 não é uma política de imigração, mas uma medida de saúde pública, pelo que cabe aos centros locais de controlo e prevenção avaliar em cada caso se é de aplicá-la. A verdade é que ela acaba por ser usada politicamente como arma contra os migrantes que tentam passar a fronteira, em particular num quadro como o atual, de surgimento da variante Omicron.
Tracey Horan, uma religiosa das Irmãs da Providência, citada pelo Global Sisters Report, desabafou sobre esta situação: “O que mais quero dizer ao presidente Biden e a todos vós hoje é que sabemos que as coisas não têm de ser assim. Esta é uma escolha consciente que estamos a fazer como nação.”
Os defensores dos direitos dos imigrantes, segundo ela, não estão a exigir o desmantelamento completo do sistema de imigração, mas “a pedir simplesmente a restauração do sistema de asilo, tratamento humano e devido processo legal”.
“A minha oração é que não nos limitemos a aguardar, na esperança de que a luz do mundo venha”, disse ela. “Mas que façamos a escolha consciente de ajudá-la a brilhar intensamente pelo modo como recebemos os nossos irmãos e irmãs migrantes.”