
Mauro Gambetti com o Papa Francisco. Foto © Vatican News.
“Fratelli Tutti” é a nova fundação que vai nascer no Vaticano, para ajudar a planear e concretizar “o novo humanismo integral”. O anúncio foi feito pelo cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica de S. Pedro, num evento que decorreu no Senado italiano.
Explicando o que será este “sonho que está para se materializar”, em torno da Fábrica de S. Pedro, terá três grandes áreas de ação: “A área que se relaciona com a arte, em particular a sagrada; a que tratará da formação; e a que estará voltada para o diálogo com povos, culturas e religiões”. Será “uma ferramenta ágil e transparente ao serviço das pessoas”, acrescentou.
De modo especial, a fundação organizará “eventos e itinerários, vivências e momentos em torno da Basílica-mãe da Igreja Católica para favorecer a interiorização dos valores de liberdade, igualdade e fraternidade que, como sublinha o Papa na sua última encíclica Fratelli Tutti, são as condições políticas para a construção de um ‘amor universal’ que reconheça e proteja a dignidade das pessoas ”, esclareceu o cardeal arcipreste.
Pretende-se, nas atividades a desenvolver, “reunir jovens e adultos, gestores e trabalhadores, economistas e políticos, administradores e académicos, cientistas e empresários”. Na verdade, “é necessário investir tempo e energia no diálogo social”.
A nova fundação deve arrancar no início de 2022, “provavelmente com iniciativas no domínio da arte sacra , que combinem arte e espiritualidade”, prosseguindo, com atividades no âmbito da formação, virada para os jovens. “O espaço será aberto ao mundo, com o objetivo de identificar os rumos de um caminho comum para o futuro, estimulando a discussão sobre os principais temas que são caros às pessoas de hoje, em sintonia com o magistério do Papa Francisco”, explicou o cardeal Gambetti.
Em entrevista ao Vatican News, foi mais explícito quanto ao perfil e metodologia de funcionamento do que aquele site designa por “laboratório do futuro”: “A ideia – fez notar o cardeal – é realizar algumas semanas de encontro de tipo residencial para permitir que as pessoas se encontrem, partilhem, reflitam sobre certas temáticas e depois procurem fazer emergir a uma nova ideia ou uma nova abordagem. Por exemplo, se pensarmos nos jovens, poderia ser uma start-up em algum segmento da economia, mobilidade, e temas ligados ao clima e meio ambiente. Ou se nos dirigimos ao mundo empresarial, reunindo pessoas com funções de gestão ou outros papéis importantes, poderíamos olhar para a questão dos novos modelos de desenvolvimento”.