Getsémani: o jardim onde me encontro com Jesus

| 7 Abr 2023

Mewasul, CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, via Wikimedia Commons

Árvores no jardim de Getsémani, em Jerusalém. Foto © Mewasul, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

 

Na semana pascal [dos cristãos] o foco é Jesus. Um Jesus que é totalmente Deus e por isso podemos encontrar n’Ele a salvação dos homens. No entanto, antes do sacrifício maior, que era antecipado pela Lei, Ele mostrou mais uma vez a sua humanidade. A teologia, em especial a Cristologia, chama à união dessas duas naturezas, divina e humana, a união hipostática. Mas como a teologia transforma a nossa vida do quotidiano? A humanidade de Jesus identifica-nos com Ele. Mais tarde, na epístola aos Hebreus, o autor, ainda hoje desconhecido, diz que “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas alguém que, à nossa semelhança, foi tentado em todas as coisas, porém sem pecado.” (Hebreus 4:15)

Quando Jesus se dirige ao jardim de Getsémani, Ele mostra que percebe tanto sobre fraqueza como nós. Provavelmente entende até de uma forma mais profunda porque o seu choro se tornou em sangue. Isto não é uma metáfora dos Evangelhos aludindo ao sangue na cruz de Cristo. Já foi provado que diante um uma pressão extrema é possível chorar sangue. Já choramos com tanta angústia e ansiedade que as lágrimas se tornam em sangue? O sofrimento de Jesus que conhecemos, que teve o seu ponto alto na crucificação, não foi executado (no entendimento teológico cristão) por um ser divino ou um ser angélico que tinha o poder de evitar a dor. Antes, foi vivido por um homem que desejava identificar-se connosco, para que hoje quando sofrêssemos, Ele conhecesse realmente a nossa dor.

Quando Jesus se dirige para aquele jardim também se depara com o seu próprio desejo de desistir. Talvez isto possa chocar a nossa ideia de Jesus. Para mim, que sou uma desistente nata, percebo novamente o quão Jesus se identifica comigo. A frase “afasta de mim este cálice” mostra uma amargura tal de Jesus que, no seu raciocínio mental, Ele considera que deixar de enfrentar a dor era uma escolha válida.

Mas é nessa humanidade de Jesus que, juntando-nos com Ele, podemos vencer. Ele mostra a fragilidade do ser humano, mas também o caminho da vitória. Ele não esconde a dificuldade que é ser humano e por isso é que nesta semana pascal, eu me encontro primeiro com Jesus no jardim do sofrimento. Temos hoje muitos salvadores que se fazem de heróis, mas em Jesus encontro um Redentor que se quis identificar comigo, para que O conhecendo, confie n’Ele sem hesitação.

Quando Jesus se dirige primeiro para o Getsémani, clamando a Deus Pai, Ele ensina-me que nesta forma humana eu também posso clamar e abrir o meu coração em amargura. Ele ensina-me que querer desistir é uma emoção real que não posso menosprezar, mas confessar. Mas quando Jesus se levanta do Getsémani, eu levanto-me com Ele. Já não para olhar para baixo e chorar, mas para olhar para o céu e contemplar. Ele levantou-se primeiro para que, ao morrer numa cruz e ressuscitar num túmulo vazio, eu não mais temesse a minha fragilidade exposta no jardim.

 

Débora Hossi é gestora de redes sociais; integra a Missão Evangélica Intercultural e considera-se peregrina e apaixonada por Jesus e pelos seus ensinamentos. Contacto: deborahossi@gmail.com

 

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