
Irmãs Missionárias da Caridade chegam à Costa Rica após terem sido expulsas pelo governo da Nicarágua, a 6 de julho de 2022. Foto: Direitos reservados, via Vatican Media.
Três freiras da Congregação Dominicana da Anunciação, responsáveis por um lar de idosos em Rivas, no sudoeste da Nicarágua, foram expulsas do país esta quarta-feira, 12 de abril, pelo governo de Daniel Ortega, que no dia anterior tinha também confiscado o mosteiro de monjas trapistas localizado a 200 km, na pequena cidade de San Pedro de Lóvago.
As freiras – duas costa-riquenhas e uma guatemalteca – foram notificadas na terça-feira, 11, de que tinham 72 horas para deixar o país. A diocese de Tilarán-Liberia, na Costa Rica, informou esta quarta-feira que as duas irmãs costa-riquenhas já se encontram no seu território. Desconhece-se, no entanto, o paradeiro da religiosa guatemalteca, que segundo meios locais se encontra acamada devido a ter sofrido um derrame cerebral, avança a revista Vida Nueva.
A diocese de Tilarán-Liberia está a cargo do bispo Manuel Eugenio Salazar Mora, que em fevereiro viajou até à fronteira com a vizinha Nicarágua, num gesto que pretendia manifestar “proximidade com o bispo Rolando Álvarez”, condenado a 26 anos de prisão após ter recusado ser deportado, e que no ano passado recebeu as irmãs Missionárias da Caridade, ordem fundada pela Madre Teresa de Calcutá, também elas expulsas por Ortega.
Quanto às freiras trapistas, cujo mosteiro foi esta terça-feira confiscado, tinham já abandonado a Nicarágua no passado dia 24 de fevereiro, encontrando-se atualmente no Panamá. Pertencem à Ordem das Cistercienses de Estrita Observância e haviam chegado à Nicarágua vindas da Argentina em 2001. O seu mosteiro foi agora entregue ao Instituto Nicaraguense de Tecnologia Agrícola, INTA, noticia o Vatican News.
Estas decisões surgem no seguimento de uma Semana Santa particularmente difícil para os católicos no país [ver 7MARGENS], com mais de três mil procissões proibidas e cerca de 20 pessoas presas pelas forças de segurança nacionais.