Crianças indígenas de internatos

Governo do Canadá pressiona para que Papa e bispos peçam desculpa

| 4 Jun 2021

Justin Trudeau, o primeiro-ministro do Canadá. Foto © Wkimedia Commons

 

O ministro para os assuntos indígenas do governo do Canadá defendeu esta quarta-feira, 2, que competiria ao Papa apresentar um pedido de desculpas formal pelo papel que a Igreja Católica teve ao longo de décadas nos internatos do país. A posição surge depois de deterem sido encontrados por um sistema de radar os restos mortais de mais de 200 crianças, em terrenos pertencentes a uma dessas instituições.

O Governo do primeiro-ministro Justin Trudeau também se comprometeu novamente a apoiar os esforços para encontrar mais sepulturas não marcadas nas antigas escolas residenciais para estudantes indígenas – instituições que mantinham crianças indígenas retiradas de famílias em todo o país.

Uma medida no mesmo sentido constava das recomendações da Comissão de Verdade e Reconciliação que analisou o papel destas instituições, geridas por instituições católicas e financiadas pelo Governo, tendo posteriormente o primeiro-ministro apresentado a sugestão diretamente, em 2017, numa visita ao Vaticano.  A Conferência dos Bispos do Canadá considera, porém, que o Papa não pode fazer pessoalmente um tal pedido de desculpas, ainda que reconheça a injustiça de que foram vítimas os povos indígenas.

O ministro voltou agora ao assunto, insurgindo-se contra o silêncio do Vaticano e notando que esta é uma responsabilidade que cai também sobre os bispos do país. A Conferência canadiana dos Bispos Católicos, citada pela Associated Press (AP), não comentou esta nova insistência.

A voz da Igreja que já se tinha feito ouvir em 2013 perante a Comissão de Verdade e Reconciliação, o arcebispo de Vancouver, Michael Miller, emitiu um comunicado e escreveu (repercutido na sua conta no Twitter) no qual exprime “profundas desculpas e condolências às famílias e comunidades que foram devastadas por esta notícia horrível” e acrescenta: “A Igreja estava inquestionavelmente errada ao implementar uma política colonialista do Governo, que resultou em devastação para crianças, famílias e comunidades que receberam o impacte das recentes revelações.”

 

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