
Veículos das Nações Unidas na região de Tigré, norte da Etiópia. Foto © UNICEF / Christine Nesbitt.
O governo da Etiópia e as forças rebeldes da região do Tigré concordaram em criar um órgão para monitorizar e garantir que o acordo de paz assinado na África do Sul no passado mês de novembro é respeitado e cumprido por todas as partes, noticiou esta quinta-feira, 29 de dezembro, o Vatican News.
Uma delegação do governo reuniu-se nos últimos dias com os dirigentes da Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF), tendo os encontros sido descritos pelos média locais como “cordiais e históricos”.
A retoma da ajuda humanitária, dos serviços básicos e do comércio, e a retirada das forças da Eritreia e Amhara estiveram entre os tópicos discutidos. O governo etíope prometeu retomar os serviços das instituições e restaurar as infraestruturas em todas as áreas da região.
A companhia Ethiopian Airlines realizou esta quarta-feira o seu primeiro voo comercial em 18 meses, entre Adis Abeba e a capital da conturbada região do Tigré, Mekele, que se encontrava isolada do mundo desde junho de 2021.
“O reinício destes voos permitirá às famílias reunirem-se, facilitará a restauração das atividades comerciais, estimulará os fluxos turísticos e trará muitas outras oportunidades que servirão a sociedade”, afirmou Mesfin Tasew, diretor executivo do grupo aéreo nacional da Etiópia.
Uma estação de televisão próxima dos rebeldes, a Tigray TV, transmitiu imagens de passageiros ajoelhados e a beijar o asfalto ao chegarem a Mekele, que foi ligada à rede elétrica nacional no dia 6 de dezembro. O CBE, o principal banco do país, anunciou a 19 de dezembro o reinício das suas operações em algumas cidades, e as comunicações telefónicas com a região começaram a ser restabelecidas.