
Forças e milícias armadas governamentais preparam ofensiva contra taliban, na província de Jowzjan, em 2021. Foto © Abdulbasir Ilgor (VOA) derivative work: Berrely, Public domain, via Wikimedia Commons.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu aos militantes fundamentalistas dos taliban que “parem imediatamente” a sua ofensiva contra as forças armadas do país e regressem à mesa de negociações de boa fé, “no interesse do Afeganistão e de seu povo”.
Falando aos jornalistas, na sede da ONU em Nova Iorque, Guterres sublinhou que as necessidades humanitárias “crescem a cada hora”. A voz do secretário-geral da ONU dificilmente será ouvida por entre os confrontos armados, que já possibilitaram aos taliban o controlo de vários capitais de província, incluindo Kandahar, a segunda maior cidade do país.
“Mesmo para um país que tragicamente conheceu gerações de conflito, o Afeganistão está a passar por mais um capítulo caótico e sem esperança – uma tragédia incrível para o seu povo sofredor”, afirmou Guterres, citado pelos serviços noticiosos da ONU.
Mais de mil pessoas foram mortas ou feridas em ataques indiscriminados contra civis, principalmente nas províncias de Helmand, Kandahar e Herat, nestas últimas semanas.
Para o responsável máximo da ONU, a luta entre os taliban e as forças de segurança afegãs pelo controlo das cidades e vilas “está a provocar um dano tremendo”. E concretizou: “Pelo menos 241 mil pessoas foram forçadas a fugir de suas casas, os hospitais estão no limite, há falta de alimentos e bens médicos e estradas, pontes, escolas, clínicas e outras infraestruturas críticas estão a ser destruídas.”
Guterres deixou por fim um pedido: “Apelo a todas as partes para que prestem atenção ao grande número de vítimas do conflito e ao impacto devastador sobre os civis. Todos eles devem fazer mais para proteger os civis.”