
O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça. Foto © Fórum Económico Mundial.
“Eliminar gradualmente o carvão, impulsionar a revolução renovável e acabar com o vício dos combustíveis fósseis” foram as três propostas que o secretário-geral da ONU, António Guterres, apresentou no dia 18 de janeiro no encontro de Davos do Fórum Económico Mundial.
Guterres foi particularmente duro com os produtores de combustíveis fósseis que “já na década de 1970 estavam plenamente conscientes de que o seu principal produto estava a esturrar o nosso planeta”, mas, tal como a indústria do tabaco, “passaram por cima dos dados fornecidos pela sua própria ciência”. “Esses empresários”, continuou, “venderam uma grande mentira e devem ser responsabilizados” , tanto mais que, ainda hoje, “estão a expandir a produção, sabendo muito bem que esse modelo de negócio é inconsistente com a sobrevivência humana”.
O discurso de Guterres, lembra o jornal digital brasileiro Unisinos, surge quando “ainda está quente a polémica sobre a nomeação do sultão Ahmed Al Jaber como futuro presidente da COP28, a cimeira do clima que será realizada a partir de 30 de novembro deste ano no Dubai”. Além de ministro da Indústria dos Emirados Árabes Unidos, Al Jaber “é o presidente da petrolífera pública ADNOC e a sua nomeação provocou críticas de muitos grupos ambientalistas” que chamaram a atenção “para a pressão do lobby dos combustíveis fósseis para impedir um progresso mais rápido na luta contra as alterações climáticas”.