
Pessoas aguardam a distribuição de alimentos e óleo, fornecidos pelo Programa Alimentar Mundial, em Andkhoy, no Afeganistão. Foto © WFP/PAM
O Grupo de Resposta à crise que se instalou e está a ampliar, decorrente da invasão e guerra da Rússia na Ucrânia, já começou a avançar com algumas recomendações, apresentadas esta semana pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
De acordo com a ONU, a Rússia e a Ucrânia representam mais da metade da oferta mundial de óleo de girassol e cerca de 30 por cento do trigo mundial. A Ucrânia sozinha, por exemplo, fornece mais da metade da oferta de trigo do Programa Alimentar Mundial (PAM).
A guerra provocou cadeias de abastecimento interrompidas e preços em aumento — não apenas de alimentos, mas também de combustíveis e fertilizantes e alimentação para o gado.
Guterres criou, logo no início da guerra, o Grupo Global de Resposta a Crises sobre Alimentação, Energia e Finanças (GCRG, na sigla original), como forma de resposta à crise de fome. “A fim de evitar o risco de a fome se espalhar ainda mais — faz notar o comunicado da ONU — o GRCG está a pedir a todos os países que mantenham os mercados abertos, resistam a restrições de exportação injustificadas e desnecessárias e disponibilizem reservas para países em risco de fome e escassez”.
As recomendações dadas aos Estados-Membros e às instituições financeiras internacionais vão no sentido de encontrem maneiras criativas de financiar o aumento das necessidades humanitárias, libertarem imediatamente fundos prometidos, disponibilizarem reservas aos países em risco de fome e escassez e evitarem o protecionismo.
Tendo em conta que alguns países anunciaram “planos para libertar reservas estratégicas de combustíveis fósseis” para reduzir a dependência dos russos, Guterres reconheceu que essa pode ser uma estratégia que alivia a urgência a curto prazo. A médio e longo prazo será a aposta nas energias limpas, que não dependem tanto das flutuações do mercado.