
A decisão de permitir o muezim não foi consensual. Foto © Michael Gaida | Pixabay
A cidade alemã de Colónia tornou-se este mês a primeira das grandes cidades do país a permitir, por ora a título experimental, que o muezim de cada uma das 35 mesquitas locais possa convidar os fiéis para a oração pelos altifalantes.
A medida, que foi tomada em nome da valorização da diversidade e do tratamento equitativo das confissões religiosas, está longe de recolher o apoio de muitos cidadãos. Ainda assim, nestes primeiros dois anos de experiência, o muezim só poderá cantar o convite às sextas-feiras, dia santo muçulmano, entre as 12 e as 15 horas, durante não mais de cinco minutos e com algum controlo do volume do som.
Ainda assim, as mesquitas deverão solicitar permissão, informar antecipadamente a vizinhança e disponibilizar uma pessoa que possa responder a eventuais queixas.
“Esta medida demonstra a consolidação da presença dos muçulmanos que vivem na Alemanha há gerações”, disse um porta-voz da União Turco-Islâmica para Assuntos Religiosos, que representa o Ministério turco de Assuntos Religiosos na Alemanha, citado no jornal digital La Croix International.
Os opositores a esta prática, que se encontram também, entre a própria comunidade muçulmana, em grande medida oriunda da Turquia, colocam diferentes tipos de objeções, segundo aquele órgão de informação. Umas chamam a atenção para a “ingenuidade” da maioria que adotou a medida, outras alertam para o risco de agravamento das tensões sociais, e, por fim, não falta quem considere que se está a dar uma bofetada na oposição a Erdogan. A extrema direita do AfD (Alternativa para a Alemanha) considerou, por sua vez, que esta medida é uma cedência e “expressão de uma exigência política de poder, submissão e islamização”.
Numa cidade que não anda muito longe do 1,5 milhão de habitantes, Colónia tem cerca de 120 mil muçulmanos. Foi com a ajuda deles que foi construída a principal mesquita da urbe.