
Igreja de Inglaterra tinha prometido deixar de lado investimentos em combustíveis fósseis. Foto © Christian Lue | Unsplash
A Igreja da Inglaterra mantém investimentos em empresas de combustíveis fósseis superiores a 13.500 milhões de libras (mais de 16 mil milhões de euros), contrariando o compromisso reafirmado pelo arcebispo de Cantuária, Justin Welby, na “cimeira” da Comunhão Anglicana realizada este mês quando disse ser necessário “estar ao lado” dos irmãos e das irmãs da comunhão anglicana “que já são afetados pelas mudanças climáticas” e “proteger o meio ambiente do qual todos nós dependemos”.
Damian Carrington, editor da secção ambiente de The Guardian, revela num artigo publicado no dia 17 de agosto que Clive Mather, presidente do Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra (fundo que detém mais de 3 mil milhões de libras em ações de companhias petrolíferas) é, ele próprio, acionista da Shell, depois de uma carreira de 38 anos na empresa.
A Operação Noah, um grupo ambientalista cristão, instou Mather a renunciar ao cargo. “À luz do seu conflito de interesses, a Operação Noah pede que o Sr. Mather reconsidere a sua posição”, disse o reverendo Darrell Hannah, da igreja All Saints em Ascot e presidente da direção do grupo, que acrescentou: “Pedimos novamente à Igreja de Inglaterra que se desfaça de todos os investimentos em combustíveis fósseis, não no próximo ano, mas imediatamente.”
Na Grã-Bretanha, a Igreja Batista e a Igreja Reformada Unida já venderam as suas participações em empresas da área dos combustíveis fósseis, juntando-se às 17 dioceses anglicanas que integram o grupo de mais de 500 igrejas e organizações religiosas que se comprometeram a vender [ver 7MARGENS] 4,5 mil milhões de dólares de ativos que detinham neste sector económico.