
Padres e freiras no protesto de domingo contra os planos governamentais. Foto © Facebook da paróquia de São Nicolau, em Bopitiya.
Padres, religiosos e outros católicos do Sri Lanka promoveram uma manifestação de protesto contra a construção de uma central eléctrica numa área de beleza natural excepcional, exortando o Governo do Sri Lanka a suspender uma central de gás natural liquefeito (GNL) nas zonas húmidas de Muthurajawela perto da capital, Colombo.
O Governo quer encher parte das zonas húmidas para albergar uma central que fornecerá electricidade para o porto de Colombo, um Centro de Transporte Multiusos e o Projecto Cidade Marítima, entre outros.
O protesto constou de uma caravana que viajou pelas aldeias com uma imagem de Jesus enquanto as pessoas se juntavam pacificamente com cartazes em ambos os lados das estradas no último domingo, 11 de Julho.
“O facto de mais 100 acres serem preenchidos com areia do mar para a central eléctrica significa que seremos sujeitos a mais inundações no futuro”, disse o padre Jayantha Nimal, pároco da Igreja de São Nicolau, citado pela UCA News.
“Todos os governos venderam recursos naturais no país, mas as pessoas indefesas sofrem com isso. Parem agora a catástrofe”, pediu, acrescentando: “A nossa fé cristã é que Deus nos protege e temos de salvar o tesouro do ecossistema natural para as gerações futuras.”
Nas últimas semanas, fortes chuvas provocaram inundações e obrigaram à evacuação de centenas de famílias para abrigos, incluindo instalações da igreja.
Ambientalistas, políticos da oposição e aldeãos têm também protestado contra o projecto, que ameaça as zonas húmidas costeiras do país, várias espécies de flora e fauna e de aves.
Sebastian Fernando, um professor de Pamunugama, diz, citado pela mesma fonte, que a Igreja se opõe a estes projectos também porque, com eles, o método de absorção de água para os sistemas subterrâneos foi destruído”.
O padre Jude Chrishantha Fernando, director da comunicação social arquidiocesana, acrescenta: “Observamos que as autoridades políticas tentam vender as zonas húmidas por dinheiro, mas a Igreja levanta a sua voz em nome do povo, caso contrário não teremos um ambiente para viver no futuro.”