
Criança acende uma vela em igreja na Ucrânia. A Igreja vinculada ao Patriarcado de Moscovo terá de abandonar todas as propriedades na região de Rivne. Foto © Igreja Ortodoxa da Ucrânia.
O conselho legislativo da região de Rivne, no noroeste da Ucrânia, votou por unanimidade a favor de proibir qualquer atividade da Igreja Ortodoxa Ucraniana, historicamente vinculada ao Patriarcado de Moscovo, no seu território. A decisão foi tomada esta segunda-feira, 10 de abril, e implica que a Igreja tenha de abandonar todas as propriedades que ocupa atualmente.
“Os deputados do Conselho Regional de Rivne proibiram por unanimidade as atividades da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo no território da região de Rivne”, pode ler-se no comunicado, citado pela agência EFE.
A decisão tomada por este conselho surge na sequência de opções semelhantes da parte das autoridades locais em Lviv, Kamianets-Podilskyi e Khmelnytskyi, no oeste da Ucrânia.
O Governo de Kiyv e os seus órgãos de segurança acusam a hierarquia desta Igreja de continuar a promover propaganda do país agressor na Ucrânia, e sugerem aos seus dirigentes que se associem à Igreja Ortodoxa autocéfala da Ucrânia, criada em 2018 como totalmente independente de Moscovo, no caso de efetivamente terem rompido relações com a Rússia.
As autoridades ucranianas iniciaram um processo contra mais de sessenta padres da suposta Igreja “pró-russa” por abençoarem e justificarem a invasão através das suas homilias e por colaborarem com as forças de ocupação. Alguns dos padres detidos estão na Rússia depois de terem sido trocados por prisioneiros de guerra ucranianos.
A hierarquia da Igreja acusada de ser “pró-russa”, por sua vez, afirma estar a ser vítima de perseguição religiosa.