
A praça de Santa Sofia, no centro de Kiev, iluminada no Natal de 2021. Foto © Київська міська рада, via Wikimedia Commons.
A Igreja Ortodoxa da Ucrânia vai autorizar, pela primeira vez na História, que as suas diferentes congregações e paróquias celebrem o Natal a 25 de dezembro e não a 7 de janeiro, data em que Jesus terá nascido de acordo com o calendário juliano, o qual é tradicionalmente seguido pelas Igrejas Ortodoxas no leste da Europa e no Médio Oriente, nomeadamente pela Igreja Ortodoxa Russa.
A notícia foi avançada esta semana pelo The Guardian e é vista como uma tentativa de distanciamento do Patriarcado de Moscovo, na sequência das manifestações de apoio a Vladimir Putin por parte do seu líder máximo, o Patriarca Cirilo.
Desde 2017 que o dia 25 de dezembro já é considerado feriado na Ucrânia, no entanto as celebrações religiosas do Natal continuavam a ser feitas a 7 de janeiro.
Em entrevista ao jornal britânico, o porta-voz da Igreja Ortodoxa Ucraniana, Yevstratiy Zoria, explicou que, este ano, a celebração numa ou noutra data será opcional para cada comunidade, e que depois os números serão analisados. A decisão afeta sete mil igrejas em todo o país.
O responsável religioso afirmou que, antes da invasão por parte da Rússia, um terço dos fiéis já haviam manifestado intenção de celebrar o Natal de acordo com o calendário gregoriano. Neste momento, esse número é certamente superior, reconheceu.
“Mas não queremos forçar ninguém. Entendemos que isso não resolve nada”, salvaguardou. “Eu pessoalmente decidirei o que fazer depois de conversar com os meus paroquianos. É melhor promover este processo lentamente e com sucesso.”