Igrejas cristãs contra plano de Israel para anexação de territórios da Cisjordânia

Uma mulher em Fevereiro deste ano, na universidade palestiniana de Abu Dis, junto a Jerusalem, com o muro de separação construído por Israel. Foto © Albin Hillert/LWF/WCC-CMI
O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e o Conselho de Igrejas do Oriente Médio (CIOM) uniram as suas vozes às dos líderes cristãos da Terra Santa, condenando veementemente a anexação unilateral de territórios da Cisjordânia por parte de Israel, e pedindo à União Europeia (UE) “uma posição firme e de princípios” contra o projeto anunciado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A anexação “não trará justiça ou paz, mas apenas uma maior injustiça, expropriação, crescentes tensões, desestabilização regional e maior erosão do respeito pelo direito internacional”, escreveram os dois órgãos ecuménicos numa carta conjunta endereçada, esta segunda-feira, 11 de maio, aos ministros das Relações Externas da UE, avançou o Vatican News, portal de notícias do Vaticano.
Na opinião dos dois conselhos de Igrejas, o projeto de anexação representa “uma grave violação do direito internacional” e “um golpe devastador” para o processo de paz na região. “A UE não deve ser cúmplice, por inércia ou reação inadequada, desse resultado”, adverte a carta, publicada na página do Conselho Mundial.
No caso de as autoridades israelitas prosseguirem com a anexação, o CMI e o CIOM pedem a suspensão do Acordo de Associação entre a UE e Israel, o qual estabelece que as relações bilaterais devem basear-se no respeito dos direitos humanos e dos princípios democráticos, recordando as disposições do Tratado de Lisboa, da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.
O Conselho de Patriarcas e Chefes das Igrejas da Terra Santa tinha já publicado uma declaração no passado dia 7 de maio, onde pedia a Israel “que se abstenha de tais movimentos unilaterais, que levariam à perda de qualquer esperança” no futuro do processo de paz.
Recorde-se que o projeto de “solução” do conflito israelo-palestinano apresentado pelos Estados Unidos a 28 de janeiro, definido pelo Presidente Donald Trump como o “acordo do século”, deu a Israel a possibilidade de estender a soberania aos colonatos dispersos na Cisjordânia, mas ao mesmo tempo pedia àquele estado que suspendesse a construção de novos colonatos nos territórios árabes durante quatro anos. O acordo foi aceite por Israel, mas tem sido alvo de fortes protestos por parte dos palestinianos e vários países e organizações internacionais.
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