Vítima do Holocausto

Jane, a professora escocesa que escolheu ficar e morreu em Auschwitz

| 28 Jan 2023

Jane Haining

Retrato de Jane Haining. Foto: Public domain, via Wikimedia Commons, aqui trabalhada por Madelgarius, CC BY-SA 4.0, também via Wikimedia Commons.

 

A história de Jane Haining passará a ser ensinada nas escolas escocesas. Esta professora, missionária cristã na Scottish Mission School em Budapeste, Hungria, na década de 1930, recusou-se a abandonar as alunas judias que tinha ao seu cuidado e acabou por morrer às mãos dos nazis no campo de concentração de Auschwitz, possivelmente de fome.  

Perante a escolha de partir, a missionária preferiu ficar na capital húngara, com as suas alunas: “Se essas crianças precisam de mim nos dias de sol, quanto mais precisam de mim na escuridão?”

Agora, adianta o jornal britânico Jewish News, foi contratada uma professora para ensinar aos alunos a história desta escocesa, que morreu no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia ocupada, durante o Holocausto, cujas vítimas foram recordadas no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, assinalado na sexta-feira, 27 de janeiro.

Como relata o jornal, Jane Haining era natural de Dunscore, em Dumfries and Galloway, na Escócia, Missionária cristã, e ensinava na Scottish Mission School (Escola da Missão Escocesa, da Igreja da Escócia) em Budapeste, Hungria, onde estudavam mais de 400 raparigas, sobretudo de origem judia.

O início da guerra apanha-a na missão cristã e apesar de saber que a sua vida estava em perigo, Jane recusou-se a sair, tendo dito a frase que permanece como seu testemunho: “Se essas crianças precisam de mim nos dias de sol, quanto mais precisam de mim nos dias de escuridão?”

Com a ocupação alemã da Hungria em 1944, Jane Haining foi traída pelo genro da cozinheira da escola, que viria a ser soldado das sinistras forças nazis das SS. A escocesa tinha apanhado o homem em flagrante a roubar a escassa comida destinada às crianças.

Jane foi então presa e levada para Auschwitz, onde morreu dois meses depois, aos 47 anos — cerca de seis meses antes da libertação do campo, nota o Jewish News.

Esta professora pertence a um pequeno grupo de vítimas do Holocausto que, perante a opção de partir, decidiram ficar e arriscar suas vidas. No caso de Haining, o seu gesto foi para salvar as crianças. Recorda o jornal que a sua história de lealdade e coragem fez com que um grupo de cristãos e judeus criassem o Projeto Jane Haining (JHP).

Jane Haining foi reconhecida, em 1997 pelo Yad Vashem em Israel, como Justa entre as Nações por ter arriscado a sua vida para ajudar judeus durante o Holocausto.

 

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Em Lisboa

Servas de N. Sra. de Fátima dinamizam “Conversas JMJ”

O Luiza Andaluz Centro de Conhecimento, ligado á congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, acolhe na próxima quinta-feira, 30 de março, a primeira de três sessões do ciclo de “Conversas JMJ”. Esta primeira conversa, que decorrerá na Casa de São Mamede, em Lisboa, pelas 21h30, tem como título “Maria – mulheres de hoje” e será dedicada ao papel da mulher na sociedade atual.

Entre o argueiro e a trave

Entre o argueiro e a trave novidade

E o Papa Francisco tem sido muito claro ao dizer-nos que as situações graves não podem ser tratadas de ânimo leve. “Nunca serão suficientes as nossas palavras de arrependimento e consolação para as vítimas de abusos sexuais por parte dos membros da Igreja. (Opinião de Guilherme d’Oliveira Martins).

ONU pede veto da lei contra homossexuais no Uganda, Igreja em silêncio

Prevista pena de morte

ONU pede veto da lei contra homossexuais no Uganda, Igreja em silêncio

Uma nova legislação aprovada pelo Parlamento ugandês esta semana prevê penas de até 20 anos de prisão para quem apoie “atividades homossexuais” e pena de morte caso haja abusos de crianças ou pessoas vulneráveis associados à homossexualidade. O alto-comissário para os Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, já pediu ao presidente do país africano que não promulgue esta “nova lei draconiana”, mas os bispos do país, católicos e anglicanos, permanecem em silêncio.

Corpo Nacional de Escutas suspende alegado abusador de menores

Após reunião com Comissão Independente

Corpo Nacional de Escutas suspende alegado abusador de menores

O Corpo Nacional de Escutas (CNE) suspendeu preventivamente um elemento suspeito da prática de abusos sexuais de menores, depois de ter recebido da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica a informação de sete situações de alegados abusos que não eram do conhecimento da organização. Em comunicado divulgado esta sexta-feira, 24 de março, o CNE adianta que “está atualmente a decorrer o processo interno de averiguação, para decisão em sede de processo disciplinar e outras medidas consideradas pertinentes”.

Agenda

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This