
Bielorrússia em 2020: manifestações contra o Presidente Lukashenko, acusado de fraude eleitoral. Foto Vatican News.
A Amnistia Internacional (AI) denunciou o julgamento fraudulento contra a agência de notícias BelaPAN, que evidencia a repressão dos media independentes na Bielorússia.
Em comunicado, a organização regista que um tribunal bielorrusso começou esta terça-feira a julgar um caso contra a BelaPAN e três jornalistas: a sua editora executiva, Iryna Leushyna, o antigo diretor, Dzmitry Navazhylau, e o antigo diretor adjunto, Andrey Alyaksandrau — bem como a sua parceira, Iryna Zlobina — estão acusados, entre outras coisas, de criar um “grupo extremista”.
“O caso BelaPAN resume como os média independentes na Bielorrússia foram sufocados nos dois anos desde a disputada eleição presidencial e desde que as autoridades iniciaram uma campanha brutal para esmagar dissidentes. Acusações falsas de ‘extremismo’ são repetidamente levantadas contra jornalistas que se atrevem a fornecer relatos independentes, apesar do risco de passarem anos atrás das grades”, apontou a diretora da Amnistia Internacional para a Europa Oriental e Ásia Central, Marie Struthers.
“As forças de segurança da Bielorrússia aumentaram as detenções de críticos do Estado em resposta às suas ações dissidentes pacíficas, enquanto os tribunais proferem sentenças cada vez mais duras e injustas. Essas ações claramente violam as obrigações da Bielorrússia perante o direito internacional dos direitos humanos. O ataque das autoridades ao discurso livre deve terminar”, insistiu a reponsável da AI.
“Todas as acusações contra Iryna Leushyna, Dzmitry Navazhylau, Andrey Alyaksandrau e Iryna Zlobina devem ser retiradas”, pediu Marie Struthers.