
Um dos campos de deslocados internos na Diocese de Makurdi, Nigéria. Foto © ACN
Um jovem padre, ordenado há menos de um ano, foi assassinado a tiro na passada quarta-feira, 7 de Junho, na Nigéria, anunciou a fundação católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). Até ao momento desconhece-se a razão deste crime, mas ele surge numa altura em que, na Nigéria, se assiste a uma nova onda de violência contra cristãos e que levou a AIS a promover, durante a última Quaresma (Março-Abril), uma campanha de sensibilização da opinião pública para aquela realidade.

Este assassinato deu-se quatro dias antes de um outro ataque que teve um final menos trágico: no último domingo, 11, o padre Jeremiah Yakubu foi raptado por homens armados quando se encontrava na reitoria da paróquia da Santíssima Trindade, em Kardu, diocese de Kafanchan, estado de Kaduna (centro do país, 180 km. a nordeste da capital, Abuja). O padre Yakubu seria libertado horas mais tarde, já na segunda-feira, 12 de Junho.
De acordo com a mesma fonte, o padre Charles Onomhoale Igechi foi assassinado a tiro numa emboscada numa estrada em Ikpoba Pkha, no estado de Edo. Numa mensagem enviada à AIS Internacional, o arcebispo Augustine Akubeze, de Benin, fala em “grande consternação” pelo sucedido. Charles Igechi “foi baleado e morto enquanto regressava ao seu local de trabalho”, dizia o bispo, segundo o qual as autoridades já estão a investigar o caso.
Nos últimos dois meses, houve, pelo menos, mais três outros casos de sequestros de padres, vítimas de emboscadas nos estados de Delta e Imo, no sul e sudeste da Nigéria, que é neste momento um dos países onde a perseguição aos cristãos é mais visível – só no ano passado foram raptados 28 padres e quatro foram assassinados, além de se sucederem também os raptos de outras pessoas, nomeadamente meninas como Leah Sharibu, levada de uma escola em Dapchi, pelo Boko Haram, há cinco anos.
Leah fez 20 anos de idade e passou de novo essa data em cativeiro. Raptada com mais 109 colegas em 19 de Fevereiro de 2018, Leah foi a única a ficar retida, depois de todas as outras crianças terem sido libertadas, ao fim de algumas semanas, por ter sido a única que recusou renunciar à sua fé.
A perseguição com motivação religiosa na Nigéria já levou muita gente a deixar as suas casas. Só na Diocese de Makurdi, por exemplo, há sete campos para deslocados internos, que dependem dessa ajuda das instituições católicas para sobreviverem.