
Durante a semana, 52 jovens de diferentes contextos e religiões irão debater alguns dos “problemas mais importantes do mundo atual”, como as alterações climáticas, os conflitos e o racismo. Foto © Ivars Kupcis/WCC.
Parece um vídeo aspiracional, mas é mesmo a realidade: 52 jovens oriundos de todo o mundo – cristãos, judeus e muçulmanos – conversam e riem nos jardins do Instituto Ecuménico de Bossey (Suíça), com vista para as montanhas alpinas e o Lago Léman. São os participantes no Fórum de Pacificadores Emergentes – organizado pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pelo Conselho Muçulmano de Anciãos e pela Fundação Rose Castle – que está a decorrer até sexta-feira, 14 de julho, nos arredores de Genebra.
“Aprender com os livros didáticos é uma coisa, mas aprender com as pessoas é a forma mais profunda e autêntica de aprender sobre a paz”, afirmou Simone Sinn, reitora de Bossey, no primeiro dia do fórum. E explicou que, quando este instituto ecuménico foi criado, em 1946 (um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial), concentrava-se sobretudo em reunir as diferentes Igrejas cristãs. “Mas, ao longo do caminho, incluímos cada vez mais tradições religiosas diferentes”, porque “não se pode alcançar a paz unilateralmente”, sublinhou, dirigindo-se aos participantes.
“Nos próximos dias, vocês partilharão comida, memórias e sorrisos juntos; e esperamos que isso vos ensine o que a coexistência significa para nós”, disse por seu lado Mohamed Elamin, diretor de programas do Conselho Muçulmano de Anciãos.
“Trata-se de um grupo muito, muito especial, que agora começa. Esperamos e rezamos para que se apoiem mutuamente nos próximos anos. E quando todos vocês se tornarem presidentes dos vossos países, sim… então, vocês também poderão ter uma grande equipa ao vosso redor que entende os princípios da coexistência, tolerância e harmonia, e que, em paz, as coisas de que toda a nação precisa para prosperar são possíveis”, completou Sarah Snyder, diretora da Fundação Rose Castle.
“Estamos convencidos de que a nossa tradição de fé, as nossas tradições culturais e a nossa compreensão de como somos diferentes, não apenas como somos iguais, são ingredientes realmente importantes para uma paz sustentável”, defendeu.
Durante esta semana, os 52 jovens irão debater alguns dos “problemas mais importantes do mundo atual”, como as alterações climáticas, os conflitos e o racismo. “Vocês são sempre os mais afetados, mas também são vocês que têm o poder de provocar a mudança. têm a liberdade de escolher a paz, a esperança, a dignidade e a vida”, acrescentou Carla Khijoyan, representante do Conselho Mundial de Igrejas para o Médio Oriente.
O fórum, que vai já na sua segunda edição, contará com a presença do secretário-geral do CMI, Jerry Pillay, do secretário-geral do Conselho Muçulmano de Anciãos, o juiz Mohamed Addelsalam, e do arcebispo de Cantuária, Justin Welby, bem como de oradores oriundos de diferentes religiões e partes do mundo, que darão o seu testemunho sobre como têm contribuído para construir a paz nos lugares onde vivem.