
Jovens numa celebração de preparação da Jornada Mundial da Juventude, na diocese de Portalegre-Castelo Branco: os 612 integram, na esmagadora maioria, dinâmicas de grupo e de participação na Igreja. Foto © COD Portalegre-Castelo Branco/Agência Ecclesia.
Mais de 600 jovens e jovens adultos entre os 15 e os 35 anos, na sua maioria católicos, dizem que a Igreja pouco ou nada os ajuda na vivência da sua afectividade e sexualidade, embora considerem que sentem apoio da instituição nas dimensões mais significativas da sua vida.
Um inquérito digital promovido em Fevereiro pelo PontoSJ, o portal dos jesuítas em Portugal, para aferir opiniões de jovens sobre um conjunto de temas, concluiu ainda que praticamente metade dos 612 que responderam (48,4%) se sentem “muito ajudados pela Igreja” no que respeita ao aprofundamento da fé e 36,9% tem a mesma resposta positiva em relação ao autoconhecimento. Ainda sobre as ajudas que sentem, 38,1% dos respondentes diz sentir ajuda na tomada de boas decisões e 33,5% afirma o mesmo sobre a vivência das relações familiares.
No campo da afectividade e sexualidade, as respostas são negativas: quase 36% dos inquiridos considera que a Igreja pouco ou nada os ajuda na vivência daquelas questões.
Por outro lado, 13,4% considera que não é ajudada pela Igreja a lidar com as suas grandes preocupações, entre as quais a inquietação face ao futuro, com a vida familiar e os temas relacionados com a vocação e o discernimento.
O inquérito, lançado no início de Fevereiro, duas semanas antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, pretendia “saber o que pensam os jovens sobre a Igreja e sobre o modo como ela os acompanha”, lê-se no texto que divulga os resultados. Um dos objectivos é também que os resultados constituam um contributo para o Sínodo dos Bispos.
Entre as diferentes faixas etárias, o maior número de respostas (mais de um terço, 34,3%) teve origem nos mais novos, entre os 15 e os 18 anos. A seguir, quem mais respondeu foram os jovens adultos entre os 26 e os 30 anos (19,8%). Com percentagens próximas, estão as faixas etárias entre os 19-21 anos (15,8%), os 22-25 (15,4%) e os 31-35 anos (14,7%).
A maior parte das respostas teve origem na região de Lisboa (37%), mas as respostas têm origem em mais de 100 localidades diferentes. Dezasseis pessoas, metade das quais no Brasil, responderam de fora de Portugal.
A esmagadora maioria dos respondentes (78%) tem alguma participação activa na Igreja: 30,4% são catequistas ou participam na catequese, 18% estão em grupos de jovens, 14,8% integram os escuteiros, 9,8% fazem parte de algum coro litúrgico, 5% estão em Grupos de Vida Cristã ou nas Equipas de Jovens de Nossa Senhora, 4,4% são acólitos e 3,8% exercem algum tipo de voluntariado.
Os resultados mais completos do inquérito podem ser consultados na página do PontoSJ já referida, que disponibiliza também vários gráficos que complementam essa informação.