
Mesquita de Al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas ou Monte do Templo, em Jerusalém, vista do Monte das Oliveiras. Foto © António Marujo.
O governo de Israel proibiu a entrada de judeus no Monte do Templo, em Jerusalém, até ao fim do Ramadão (o mês sagrado para os muçulmanos, que termina a 21 de abril). A decisão foi motivada pela escalada de tensão entre israelitas e palestinianos e pelos confrontos ocorridos na Mesquita de Al-Aqsa, ali localizada, durante a última semana, avança o jornal Jewish News.
O monte é uma área ultrassensível na Cidade Velha em Jerusalém, sendo considerado o local mais sagrado para os judeus (que terminam esta quinta-feira a sua celebração da Páscoa), e o terceiro local mais sagrado do Islão (conhecido pelos muçulmanos como Esplanada das Mesquitas, construída no local do Templo Judaico destruído pelos romanos no ano 70 e cujo mais importante vestígio conhecido é o Muro das Lamentações).
Desde a ocupação de Jerusalém oriental por Israel em 1967, os muçulmanos podem visitar a Esplanada (onde fica a Mesquita de Al-Aqsa, o santuário mais afastado que, segundo a tradição muçulmana, o profeta Maomé terá visitado) a qualquer hora. Os não-muçulmanos devem entrar apenas em determinados horários, sem rezar no local.
Nos últimos anos, aumentou o número de judeus que visitam este espaço e os judeus ultranacionalistas por vezes rezam no local, disfarçadamente.
A tensão tem-se intensificado, com os muçulmanos a temer que o Estado judeu esteja a tentar mudar as regras de acesso à Esplanada das Mesquitas. Sob administração da Jordânia, o acesso à Esplanada é controlado pelas forças israelitas.
Um comunicado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, refere que ter havido uma “recomendação unânime” das Forças de Defesa de Israel, do ministro da Defesa, Shin Bet, e da Polícia de Israel, que “decidiu proibir os visitantes e turistas judeus de subir ao Monte do Templo até o final do Ramadão”
De referir que este comunicado não foi subscrito pelo ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, apesar de o mesmo ter estado presente na reunião onde foi tomada a decisão. Ben-Gvir, político de extrema-direita, é uma figura proeminente no movimento que pretende expandir a oração judaica no Monte do Templo.
Esta quarta-feira, 12 de abril, os responsáveis das Igrejas cristãs manifestaram igualmente “séria preocupação” com as restrições que a polícia de Israel colocou à celebração da liturgia da luz, na igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, que terá lugar no próximo sábado, 15 de abril, ponto alto da Páscoa ortodoxa, como o 7MARGENS deu conta numa outra notícia.