
O novo governo libanês continua a merecer críticas. Foto © Wikimedia Commons
O novo Governo do Líbano, liderado pelo muçulmano sunita Najib Mikati, obteve nesta segunda-feira, 20 de setembro, o voto de confiança do Parlamento. A nova estrutura de Governo reflete na sua composição a variedade do “mosaico” libanês, nomeadamente do ponto de vista das diversas religiões e confissões religiosas, mas os siro-católicos dizem ter sido marginalizados.
De acordo com a agência Fides, além do primeiro-ministro sunita Mikati e do vice-primeiro-ministro cristão ortodoxo grego Saadeh al Shami, há onze ministros cristãos, nove ministros muçulmanos e dois ministros drusos.
Entre os ministros cristãos estão cinco maronitas, dois gregos ortodoxos, dois gregos católicos, uma apostólica arménia, uma católica de rito latino (a independente Najla Riachi, ministra para a Reforma da Administração, que é também a única mulher do Governo). Entre os ministros muçulmanos, cinco são xiitas e quatro sunitas.
O novo Governo propõe-se conter o colapso económico nacional, negociar com as instituições financeiras internacionais e preparar as próximas eleições gerais marcadas para 2022.
Durante a homilia proferida no domingo, 19 de setembro, o patriarca maronita Béchara Boutros Raï agradeceu à Providência Divina pelo fim da crise que deixou o país sem Governo por treze meses. Ao contrário, os bispos siro-católicos, reunidos entre 12 e 18 de setembro em assembleia sinodal presidida pelo patriarca Ignace Youssif III Younan expressaram o seu desapontamento com a “persistente marginalização” dos siríacos e da comunidade siro-católica na atribuição de altos cargos civis, sublinhando que nenhum cristão sírio integra o novo Governo.