
Imagem de arquivo de Al-Sadr, em 2013, com peregrinos (é o segundo homem à esquerda, de turbante negro, na segunda linha de indivíduos). Muqtada al-Sadr escreveu no Twitter que o poder judicial tem uma semana para dissolver o parlamento. Foto © Twitter do Gabinete Al-Sadr.
Um influente clérigo xiita no Iraque — cujos apoiantes invadiram o parlamento em Bagdad, no início deste mês, e que desde então mantêm um protesto à porta do edifício — voltou a deixar uma ameaça velada de mais violência, depois de ter aumentado o tom das suas exigências.
Muqtada al-Sadr escreveu no Twitter, na quarta-feira, que o poder judicial tem uma semana para dissolver a atual legislatura, de acordo com a informação da agência AP, citada pelo Religion News Service. Al-Sadr já havia exigido que o parlamento fosse dissolvido e que as eleições fossem antecipadas. Agora, o clérigo estabeleceu um prazo.
Especialistas ouvidos pela agência dividem-se sobre se Al-Sadr tem base legal para fixas estas exigências. O seu partido garantiu a maioria dos lugares nas eleições de outubro passado, mas não conseguiu formar um governo maioritário que excluísse os seus rivais alinhados ao Irão.
Al-Sadr apelidou os seus seguidores de “revolucionários” e disse que “eles tomarão outra posição” se as suas exigências não forem atendidas, sugerindo uma possível escalada dos protestos.
As autoridades judiciais do país já tinham afirmado que não têm capacidade constitucional para dissolver o parlamento e que apenas os legisladores podem votar a sua própria dissolução. O parlamento já ultrapassou o prazo constitucional para formar governo após as eleições de outubro, mas o que acontece a seguir não está claro.
Os rivais políticos de Al-Sadr no Quadro de Coordenação, uma aliança de partidos apoiados pelo Irão, defenderam antes que o parlamento tem de se reunir para ser dissolvido.