
Depois das cheias de 2018 na Nigéria, o país vive tempos difíceis, a braços com uma crise alimentar. Foto © Bart Fouche/Wikimedia Commons
A Associação Cristã da Nigéria (CAN, da sigla inglesa) alertou para uma crise alimentar iminente, causada pela “crescente insegurança” neste que é o país mais populoso de África. “A crescente insegurança no país tem impedido os agricultores em muitas comunidades rurais, especialmente no norte, de fazerem as suas culturas”, diz um comunicado da CAN, citado pelo serviço informativo das Obras Missionárias Pontifícias, do Vaticano.
A Associação, que reúne todas as denominações cristãs presentes na Nigéria, acrescenta que apesar de as chuvas terem chegado, “os agricultores não podem ir para as quintas por medo de serem mortos ou raptados por bandos”. Isto faz com que se esteja “perante uma crise alimentar iminente e, a menos que sejam tomadas medidas para proporcionar um ambiente seguro para os agricultores regressarem às suas culturas, é provável que tenhamos mais problemas com uma população esfomeada e frustrada”.
“Milhares de nigerianos, especialmente em comunidades rurais, foram desalojados” e “diariamente, por todo o país, comunidades estão a ser invadidas e pessoas estão a ser mortas ou raptadas por bandidos e outros elementos criminosos”. A insegurança “paralisou a economia, ao mesmo tempo que as viagens nas estradas do país se tornaram um pesadelo para os nigerianos”.
Condenando os ataques e raptos de crianças em escolas em vários estados nigerianos, a CAN expressa ainda o receio de que a violência faça com que “pais e crianças sejam obrigados a evitar frequentar a escola”. E citam casos de pais de crianças raptadas que mito dinheiro para libertarem os seus filhos.
A Nigéria sofre desde 2009 com ataques do grupo terrorista do Boko Haram, que dizem pretender transformar o país num Estado islâmico. Desde então, a organização, uma das estruturas terroristas mais importantes em África, realizou já ataques indiscriminados contra crianças de escolas, figuras religiosas e políticas, e civis.